Semana teve foco em Powell e na agenda doméstica

A semana que se encerrou na última sexta-feira (10) foi marcada pela ausência de dados relevantes das principais economias globais, com destaque para a norte-americana.

Com isso, os investidores passaram a semana ainda “comemorando” um posicionamento considerado mais brando do Federal Reserve (FED), na semana passada, enquanto esperavam o discurso de Jerome Powell, presidente do FED, na quinta (9) e na sexta-feira.

A expectativa era que o presidente da autoridade monetária dos Estados Unidos tivesse um discurso mais leve com relação à política monetária do país, o que não se confirmou.

Powell voltou a falar que os integrantes do comitê de política monetária do FED não estão confiantes de que o “trabalho está feito” no combate à inflação e não descartou que um novo aumento possa ocorrer.

Essa “água no chope” do investidor acabou aliviando parte dos ganhos registrados desde a última quarta-feira (1), quando o Federal Reserve manteve a taxa de juros dos Estados Unidos inalterada.

Por aqui, o mercado também estava de olho na agenda doméstica e, principalmente, em Brasília, com rumores de que o governo iria alterar a meta fiscal do ano que vem.

O receio foi sendo constantemente afastado ao longo da semana, com integrantes do governo e de sua base tendo um discurso “mais racional” com relação ao assunto, inclusive com o próprio presidente Lula afirmando que irá buscar o equilíbrio fiscal, semanas depois de ter afirmado que “dificilmente” atingiria a meta proposta pela equipe econômica.

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Para somar a esse cenário positivo, o IBGE divulgou os dados de inflação de Outubro, que apresentaram desempenho melhor do que o esperado.

Atrelado a isso, a temporada de balanços seguiu firme e forte, com a grande maioria das empresas superando as expectativas dos analistas, o que ajudou o Ibovespa a ser destaque dentre os principais índices globais.

O dólar, por sua vez, fechou a semana em alta, com o cenário doméstico positivo sendo compensado pelo avanço da moeda norte-americana lá fora.

Brasil

🇧🇷 Ibovespa: 120.568,14 (+2,04%)

🇺🇸 Dólar: R$4,9142 (+0,37%)

🇪🇺 Euro: R$5,2473 (-0,10%)

Estados Unidos

🇺🇸 Nasdaq: 13.795,61 (+2,35%)

🇺🇸 S&P 500: 4.415,19 (+1,30%)

🇺🇸 Dow J.: 34.278,22 (+0,64%)

Europa

🇬🇧 FTSE 100: 7.360,55 (+0,95%)

🇪🇺 Stoxx 50: 4.196,45 (+0,48%)

🇩🇪 DAX: 15.234,39 (+0,30%)

Ásia & Pacífico

🇯🇵 Nikkei 225: 32.568,11 (+1,93%)

🇨🇳 Shanghai: 3.038,97 (+0,27%)

🇨🇳 SZSE: 9.978,54 (+1,26%)

Dólar

🌎 Índice Dólar: 105,687 (+0,54%)

🇪🇺 Euro: 0,9358 (+0,38%)

🇬🇧 Libra: 0,8181 (+1,21%)

Commodities

🛢️ Brent: US$81,43 (-4,46%)

🪨 Minério: US$131,92 (+4,48%)

🥇 Ouro: US$1.939,95 (-2,99%)


Analistas se mostram positivos com desaceleração do IPCA de Outubro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (10), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O índice oficial de inflação do país registrou alta de 0,24% em Outubro, em comparação com Setembro, 0,02 ponto percentual abaixo do registrado no mês anterior e 0,05 ponto percentual abaixo do esperado pelos especialistas, que apostavam em uma aceleração para 0,29%.

Com isso, o IPCA acumulado dos últimos 12 meses foi de 4,82%, 0,37 ponto percentual abaixo do acumulado até Setembro e 0,05 ponto percentual abaixo do projetado pelo consenso de especialistas.

No ano, o IPCA acumula alta de 3,75%.

A inflação de serviços avançou 0,59%, ante 0,50% em Setembro, ainda que os serviços subjacentes, acompanhado de perto pelo Banco Central (BC), tenham apresentado desaceleração de 0,14 ponto percentual em comparação com o mês anterior, para 0,19%.

A média dos núcleos avançou 0,26%, 0,04 ponto percentual acima no comparativo trimestral, enquanto a difusão do índice atingiu 52,52% ante 42,71% em Setembro.

Veja a repercussão >>

Ata da última reunião do Copom não trouxe surpresas

O Banco Central do Brasil divulgou, nesta terça-feira (7), a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Na ocasião, os integrantes votaram por mais um corte de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) na taxa Selic, taxa básica de juros brasileira, que passou a 12,25% ao ano.

A decisão foi tomada por conta do processo de desinflação que o país vive, como explicaram na ata.

25. Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

26. A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

Veja a repercussão >>


➕ Destaques:

🇧🇷 Varejo surpreende em Setembro: o setor registrou crescimento de 0,6% em suas vendas, em comparação a Agosto, superando as expectativas dos especialistas, que acreditavam em avanço zero (0,00%). Em comparação a Setembro do ano passado, a alta foi de 3,3%, 0,8 ponto percentual acima do consenso. No ano, o setor já cresceu 1,8%, enquanto que nos últimos 12 meses, essa alta é de 1,7%.

🇧🇷 Reforma Tributária é aprovada: a Reforma Tributária foi aprovada no Senado Federal e agora deve voltar à Câmara dos Deputados para que as alterações feitas pelos senadores sejam analisadas pelos outros parlamentares. A aprovação foi muito comemorada pela equipe econômica do governo, mesmo com as alterações feitas até o momento.


🔝 Mais lidas da semana:

→ Analistas se dividem com relação ao resultado da Petrobras no terceiro trimestre

→ BB Investimentos eleva recomendação para ações da JBS

→ Analistas destacam “resultado sólido” do Itaú no terceiro trimestre

→ Gestora Ace Capital muda perspectiva para juros das principais economias globais

→ Gestora SPX espera “Copom mais cauteloso” com cenário mais desafiador

📝 Colunas da Semana:



O que vem pela frente?

A semana que se inicia hoje conta com agenda cheia de dados relevantes, além da alteração de perspectiva do rating dos Estados Unidos pela Moody’s.

A agência de classificação de risco, considerada uma das principais do mundo, alterou a perspectiva da nota “AAA” do país para negativa citando riscos fiscais que podem não ser mais compensados por perfil de crédito.

A expectativa da agência é que o déficit fiscal norte-americano siga alto e sem medidas para controlar os gastos do governo.

Destaque para a terça-feira (14), que conta com dados de inflação dos Estados Unidos, varejo e indústria chinesa e a prévia do PIB do Japão referente ao terceiro trimestre, além de dados do setor de serviços brasileiro.

Já na quinta-feira (16), temos a divulgação do IBC-Br de Setembro por aqui, enquanto na sexta-feira (17) a Eurostat divulga os dados de inflação da Zona do Euro.

Vale lembrar que a semana é mais curta no Brasil, com o feriado de Proclamação da República na quarta-feira (15).

Agenda Econômica:

🗓️ Terça (14): Prévia do PIB (3T) 🇪🇺

🗓️ Terça (14): Crescimento do Setor de Serviços (Set) 🇧🇷

🗓️ Terça (14): Inflação (Out) 🇺🇸

🗓️ Terça (14): Prévia do PIB (3T) 🇯🇵

🗓️ Terça (14): Vendas no Varejo (Out) 🇨🇳

🗓️ Terça (14): Produção Industrial (Out) 🇨🇳

🗓️ Quarta (15): Feriado 🇧🇷

🗓️ Quarta (15): Inflação (Out) 🇬🇧

🗓️ Quarta (15): Vendas no Varejo (Out) 🇺🇸

🗓️ Quarta (15): Inflação ao Produtor (Out) 🇺🇸

🗓️ Quinta (16): IBC-Br (Set) 🇧🇷

🗓️ Quinta (16): Índice de Atividade Industrial do FED (Nov) 🇺🇸

🗓️ Sexta (17): Inflação (Set) 🇪🇺

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