Otimismo segue movimentando os mercados
A semana que se encerrou na última sexta-feira (2) foi marcada pela continuidade do otimismo no mercado global.
O bom humor é respaldado na perspectiva de que os principais bancos centrais do mundo além de já terem encerrado o ciclo de aperto monetário no Reino Unido, Zona do Euro e Estados Unidos também devem iniciar o ciclo de cortes nas respectivas taxas de juros mais rápido do que o previsto.
Na Europa, a inflação surpreendeu em Novembro, desacelerando mais do que o previsto, de acordo com dados prévios, enquanto dados relacionados à atividade econômica seguem preocupando os integrantes do Banco Central Europeu.
Nos Estados Unidos, o Índice de Preços PCE apresentou desempenho praticamente em linha com o esperado em Outubro, porém apresentou um resultado qualitativamente mais benigno na visão dos especialistas.
Além disso, dados do mercado de trabalho e da atividade econômica norte-americana apresentaram desempenho positivo, alinhado com as perspectivas de que a economia do país deve desacelerar nos próximos meses, mas mantendo longe a ideia de que ela pode entrar em recessão.
Com isso, Wall Street teve mais uma semana positiva, com o índice Dow Jones renovando a sua máxima do ano, enquanto analistas seguem prevendo que o final do ano deve ser positivo para o mercado de ações.
Já na região da Ásia e do Pacífico, novos dados relacionados à economia chinesa frustraram a expectativa dos investidores, o que acabou trazendo dificuldades para os principais índices da região, que fecharam a semana em queda.
Por aqui, o IPCA-15 de Novembro apresentou desempenho levemente acima do esperado, mas, de forma geral, foi benigno e manteve os especialistas otimistas com a manutenção dos cortes de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) da taxa Selic por mais tempo, com alguns deles já voltando a apostar que a taxa básica de juros brasileira deve fechar o ano que vem em um dígito.
Essa perspectiva positiva tanto lá fora quanto aqui permitiu que o Ibovespa renovasse sua máxima dos últimos dois anos e tivesse o melhor Novembro desde 2021, fechando a sexta-feira acima dos 128 mil pontos.
Brasil
🇧🇷 Ibovespa: 128.183,54 (+2,12%)
🇺🇸 Dólar: R$4,8807 (-0,37%)
🇪🇺 Euro: R$5,3056 (-1,03%)
Estados Unidos
🇺🇸 Nasdaq: 14.305,03 (+0,38%)
🇺🇸 S&P 500: 4.593,40 (+0,74%)
🇺🇸 Dow J.: 36.245,50 (+2,42%)
Europa
🇬🇧 FTSE 100: 7.488,20 (+0,55%)
🇪🇺 Stoxx 50: 4.415,25 (+0,96%)
🇩🇪 DAX: 16.397,52 (+2,30%)
Ásia & Pacífico
🇯🇵 Nikkei 225: 33.431,51 (-0,57%)
🇨🇳 Shanghai: 3.040,97 (-0,31%)
🇨🇳 SZSE: 9.720,57 (-1,21%)
Dólar
🌎 Índice Dólar: 103,169 (-0,11%)
🇪🇺 Euro: 0,9140 (+0,57%)
🇬🇧 Libra: 0,7870 (-3,80%)
Commodities
🛢️ Brent: US$78,88 (-1,99%)
🪨 Minério: US$137,72 (-0,05%)
🥇 Ouro: US$2.067,10 (+6,55%)
Para especialistas, dados apontam início do ciclo de cortes na taxa de juros dos Estados Unidos cada vez mais próximo
O Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou, na manhã desta quinta-feira (30), o Índice de Preços PCE referente a Outubro.
O principal índice de inflação utilizado pelo Federal Reserve (FED), banco central norte-americano, não teve qualquer variação em comparação a Setembro (0,00%), depois de registrar avanço de 0,4% no mês anterior, e acumulou alta de 3,0% quando comparado com o mesmo mês do ano passado, 0,4 ponto percentual abaixo do registrado anteriormente.
O desempenho foi melhor do que o previsto pelos especialistas no comparativo mensal , com eles projetando avanço de 0,1%, enquanto na comparação anual o desempenho foi em linha com o esperado.
Seu núcleo, quando são descontados os preços de energia e alimentos, desacelerou 0,1 ponto percentual em comparação com o mês anterior, registrando alta de 0,2%, e avançou 3,5% no comparativo com Outubro do ano passado, ante 3,7% registrado em Setembro. Em ambos os comparativos, o desempenho foi em linha com o projetado.
Tanto a renda quanto os gastos pessoais apresentaram avanço de 0,2% em comparação a Setembro, em linha com o esperado. No mês anterior, a renda havia avançado 0,4% enquanto os gastos tiveram alta de 0,7%.
Com isso, o consumo pessoal real apresentou desaceleração de 0,1 ponto percentual, passando de 0,3% para 0,2%.
Após inflação melhor que o esperado, analistas esperam corte nos juros da Zona do Euro ainda no primeiro semestre
A agência de estatísticas da Zona do Euro (Eurostat) divulgou, na manhã de hoje (30), os dados prévios de inflação da Zona do Euro referentes a Novembro.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) recuou -0,5%, depois de avançar 0,1% em Outubro, acumulando alta de 2,4% nos últimos 12 meses, 0,5 ponto percentual abaixo do registrado no acumulado até o mês anterior e 0,3 ponto percentual abaixo do esperado.
Seu núcleo, quando são descontados os preços de energia e alimentação, recuou -0,6% no comparativo mensal, depois de subir 0,2% no mês anterior, e acumulou alta de 3,6% nos últimos 12 meses, 0,6 ponto percentual abaixo do registrado até Outubro e 0,3 ponto percentual abaixo do projetado.
Em outro relatório da agência, foi divulgada a taxa de desemprego do bloco econômico, que permaneceu estável em 6,5%, como era previsto.
Para Matthew Landon, estrategista de mercado global do JP Morgan Private Bank, a mensagem é clara: “a desinflação continua a um ritmo rápido na Europa – e, mais importante, mais rapidamente do que o mercado ou mesmo as expectativas do BCE”.
➕ Destaques:
🇺🇸 Comentários pacíficos: ao longo da semana, integrantes do Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, incluindo seu presidente, Jerome Powell, fizeram comentários mais “pacíficos” na visão dos especialistas, dando a entender que as coisas se encaminham para a inflação voltar à meta, o que ajudou a solidificar o otimismo visto nos últimos dias no mercado.
🇩🇪 Bons sinais: os especialistas gostaram dos dados preliminares de inflação da Alemanha, divulgados essa semana. Para eles, o resultado apresentado é uma “vitória” para o Banco Central Europeu, com praticamente tudo, com exceção da alimentação, apresentando resultado promissor para o processo de desinflação que a principal economia europeia passa.
🇧🇷 Desaceleração da inflação continua: o IPCA-15 de Novembro apresentou desempenho acima do esperado pelos especialistas. Mesmo assim, o dado foi visto como positivo pela maioria do mercado, com ele “mantendo a tendência de desaceleração” da inflação brasileira. De forma geral, a perspectiva é de que o BC siga cortando os juros em 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) a cada reunião, podendo acelerar, caso o cenário externo ajude.
🛢️ Cortou, mas veja bem…: a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) decidiram por não formalizar qualquer corte na produção da commodity para o primeiro semestre do ano que vem. No lugar disso, alguns de seus integrantes acabaram anunciando cortes voluntários, incluindo a Arábia Saudita e Rússia. Ainda assim, os especialistas duvidam dos impactos desses cortes na oferta de petróleo, o que fez os preços dela continuarem em queda durante a semana passada.
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📝 Colunas da Semana:
O que vem pela frente?
A semana que se inicia hoje tem como destaque os dados relacionados ao mercado de trabalho norte-americano referentes a Novembro.
Na terça-feira (5) sai a Oferta de Empregos no país, enquanto na quarta (6) teremos o relatório de geração de empregos do setor privado e na sexta-feira (8) o Payroll.
Além disso, a última leitura do PIB da Zona do Euro referente ao terceiro trimestre será divulgada na quinta-feira (7), enquanto a inflação de Novembro da Alemanha será divulgada na sexta (8).
A China divulga sua balança comercial na quinta (7) e sua inflação na noite de sexta-feira (8), ambos os dados referentes a Novembro.
Por aqui, destaque para o PIB do terceiro trimestre, divulgado na terça (5), e do relatório fiscal de Outubro, que será divulgado na quarta (6).
Agenda Econômica:
🗓️ Terça (5): PIB (3T) 🇧🇷
🗓️ Terça (5): Ofertas de Emprego JOLTs (Out) 🇺🇸
🗓️ Quarta (6): Relatório Fiscal (Out) 🇧🇷
🗓️ Quarta (6): Variação de Empregos Privados ADP (Nov) 🇺🇸
🗓️ Quinta (7): Balança Comercial (Nov) 🇨🇳
🗓️ Quinta (7): PIB (3T) 🇪🇺
🗓️ Quinta (7): PIB (3T) 🇯🇵
🗓️ Sexta (8): Inflação (Nov) 🇩🇪
🗓️ Sexta (8): Payroll (Nov) 🇺🇸
🗓️ Sexta (8): Inflação (Nov) 🇨🇳