FED dá “presente de Natal” antecipado ao mercado
A semana que se encerrou na última sexta-feira (15) foi marcada por um “presente de Natal antecipado” dado pelo Federal Reserve (FED) ao mercado.
Isso porque, além de manter a taxa de juros dos Estados Unidos inalterada no intervalo entre 5,25% a 5,50%, os integrantes do comitê já passam a trabalhar com o cenário de iniciar o ciclo de afrouxamento monetário no país.
Tanto o esperado gráfico de pontos, que traz as projeções de taxa de juros de cada um dos integrantes do comitê de política monetária do FED quanto a coletiva de imprensa de Jerome Powell, presidente da autoridade monetária, indicaram isso.
Nem a fala do presidente regional do FED de Nova Iorque, John Williams, de que ainda não há qualquer debate com relação a possíveis cortes no ano que vem, na sexta-feira, foi capaz de conter os ânimos do investidor.
Como resultado, Wall Street avançou de forma sólida, com direito ao Dow Jones superar sua máxima histórica.
Na Europa, a manutenção do discurso do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) de que as taxas de juros devem permanecer elevadas por mais tempo minou um pouco do otimismo dos investidores, mas não conseguiu evitar que os principais índices do continente renovassem suas máximas dos últimos 22 meses.
Na Ásia e na região do Pacífico, o bom humor dividiu os holofotes com dados relacionados à economia chinesa, que apresentaram resultado misto, novamente com o setor imobiliário sendo destaque negativo, mantendo a preocupação com a retomada econômica do país.
Já por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa Selic em 50 pontos-base (0,50 ponto percentual), para 11,75% ao ano, mas manteve um discurso mais duro no comunicado, o que surpreendeu os especialistas.
Dividindo as atenções com o Copom, Brasília teve semana intensa, com uma série de aprovações importantes, com destaque para a queda do veto presidencial à desoneração da folha de pagamento e, na sexta-feira, da Reforma Tributária.
No mercado, o Ibovespa seguiu o bom humor visto lá fora e renovou sua máxima história, chegando a fechar próximo dos 131 mil pontos na quinta-feira, devolvendo parte dos ganhos na sexta, mas conseguindo sustentar os 130 mil pontos, enquanto o dólar apresentou alta perante o real, mesmo com a moeda recuando perante a grande maioria dos pares mundiais acompanhados.
Brasil
🇧🇷 Ibovespa: 130.197,10 (+2,44%)
🇺🇸 Dólar: R$4,9379 (+0,18%)
🇪🇺 Euro: R$5,3024 (+1,49%)
Estados Unidos
🇺🇸 Nasdaq: 14.831,92 (+2,97%)
🇺🇸 S&P 500: 4.719,19 (+2,53%)
🇺🇸 Dow J.: 37.305,16 (+2,92%)
Europa
🇬🇧 FTSE 100: 7.576,36 (+0,29%)
🇪🇺 Stoxx 50: 4.549,55 (+0,60%)
🇩🇪 DAX: 16.751,44 (-0,04%)
Ásia & Pacífico
🇯🇵 Nikkei 225: 32.970,55 (-1,38%)
🇨🇳 Shanghai: 2.942,56 (-0,91%)
🇨🇳 SZSE: 9.385,33 (-1,76%)
Dólar
🌎 Índice Dólar: 102,130 (-1,75%)
🇪🇺 Euro: 0,9171 (-1,29%)
🇬🇧 Libra: 0,7880 (-1,13%)
Commodities
🛢️ Brent: US$76,55 (+0,94%)
🪨 Minério: US$131,59 (-2,50%)
🥇 Ouro: US$2.033,65 (-1,62%)
Após FED, mercado volta a apostar em corte na taxa de juros norte-americana em Março
O Federal Reserve (FED) optou novamente por manter a taxa de juros dos Estados Unidos inalterada no patamar entre 5,25% a 5,50%, conforme anúncio feito no final da tarde de quarta-feira (13).
O anúncio da manutenção dos juros já era consenso do mercado, que estava focado na comunicação que o acompanha.
Com relação a isso, o FED projeta que o Índice de Preços PCE caia para 3,2% em 2023 e 2,4% em 2024, recuando para 2,2% em 2025 e, finalmente, retonando à meta de 2% em 2026.
Já o gráfico de pontos deste encontro, que conta com as projeções dos integrantes do comitê, indica que a autoridade monetária se prepara para adentrar ao ciclo de afrouxamento monetário no ano que vem, projetando vários cortes que devem reduzir a taxa de juros do país em 75 pontos-base (0,75 ponto percentual).
O documento ainda indica mais quatro cortes em 2025, totalizando uma queda de 100 pontos-base (1,00 ponto percentual) e mais três reduções em 2026, que levariam a taxa de juros norte-americana para o intervalo entre 2% a 2,25%.
Após posicionamento mais duro que o esperado, especialistas divergem sobre próximos passos do BCE
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou, na quinta-feira (14), que optou por manter as taxas de juros da Zona do Euro inalteradas.
Com isso, a taxa principal do bloco econômico permanece em 4,50% ao ano, enquanto a Taxa de Facilidade Permanente de Depósito segue em 4,00% ao ano e a taxa de Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 4,75% ao ano.
Assim como no caso do Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), a manutenção já era amplamente esperada, com o mercado na expectativa pelo comunicado que acompanhou o anúncio e, principalmente, pela entrevista coletiva concedida pela presidente da autoridade monetária europeia, Christine Lagarde.
No documento, o BCE volta a reiterar que as taxas devem permanecer suficientemente elevadas por um longo tempo.
“As decisões futuras do Conselho do BCE garantirão que as suas taxas diretoras serão fixadas em níveis suficientemente restritivos durante o tempo que for necessário”, afirma.
➕ Destaques:
🇧🇷 Vai acelerar?: o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa Selic em 0,50pp, para 11,75% ao ano, mas fez um comunicado mais duro do que o esperado pelos especialistas, o que acabou, de certa forma, afastando a perspectiva de acelerar os cortes na taxa básica de juros brasileira.
🇬🇧 Higher for longer: o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros do Reino Unido inalterada em 5,25% ao ano, mas manteve o discurso de que ela deve permanecer em patamar elevado por mais tempo, o que frustrou as expectativas do mercado.
🇨🇳 Setor imobiliário segue mal: a China divulgou uma série de indicadores econômicos que apresentaram performance mista, com a produção industrial do país surpreendendo positivamente enquanto o varejo cresceu menos do que o previsto. O destaque, porém, segue para o setor imobiliário, que continua a preocupar os especialsitas.
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📝 Colunas da Semana:
O que vem pela frente?
A semana que se inicia hoje tem agenda praticamente vazia, conforme o ano se aproxima do seu final.
Destaque para a ata do Copom, que será divulgada na terça-feira (19), junto com os dados de inflação da Zona do Euro.
No dia seguinte, quarta (20), é dia de inflação do Reino Unido, enquanto na quinta-feira (21), o Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulga mais uma leitura do PIB do país referente ao terceiro trimestre.
Agenda Econômica:
🗓️ Terça (19): Inflação ao Consumidor (Nov) 🇪🇺
🗓️ Terça (19): Ata do Copom 🇧🇷
🗓️ Terça (19): Definição de Taxa de Juros 🇨🇳
🗓️ Quarta (20): Inflação ao Consumidor (Nov) 🇬🇧
🗓️ Quarta (20): IBC-Br (Out) 🇧🇷
🗓️ Quarta (20): Confiança do Consumidor (Dez) 🇺🇸
🗓️ Quinta (21): Relatório Trimestral de Inflação 🇧🇷
🗓️ Quinta (21): Relatório Tributário Federal 🇧🇷
🗓️ Quinta (21): PIB (3T) 🇺🇸
🗓️ Sexta (22): PIB (3T) 🇬🇧