O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (9), o seu Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a Julho.
A inflação oficial do país registrou alta de 0,38% em comparação a Junho, 0,17 ponto percentual acima do registrado no mês anterior e 0,03 ponto percentual acima do projetado.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA avançou 4,50%, 0,27 ponto percentual superior ao registrado no acumulado até Junho e 0,03 ponto percentual acima do estimado. No ano, o índice acumula alta de 2,87%.
Dos nove grupos pesquisados, sete deles tiveram alta no comparativo mensal, com o destaque ficando para o de Transportes, que registrou alta de 1,82%, puxado pela gasolina, que avançou 3,15%. Vale destacar também a alta de 19,39% das passagens aéreas, que contribuíram para o resultado.
Seguindo o grupo, temos o setor de Habitação (0,77%), Despesas Pessoais (0,52%), Artigos de Residência (0,48%), Saúde & Cuidados Pessoais (0,22%), Comunicação (0,18%) e Educação (0,08%).
Na ponta contrária, Alimentação & Bebidas registrou a maior queda do mês, recuando -1,00% em comparação a Junho, com a categoria sendo pressionada pela alimentação no domicílio, que cujos preços caíram -1,51%, enquanto a alimentação fora do domicílio registrou alta mensal de 0,39%.
A inflação de serviços acelerou 0,71 ponto percentual em comparação a Junho, registrando alta de 0,75%, enquanto serviços subjacentes teve alta de 0,63% no mês, ante 0,36% em Junho.
A média dos núcleos também acelerou, passando de 0,23% no mês anterior para 0,43% em Julho.
Já a difusão do índice registrou queda de 5 pontos percentuais, passando de 52% em Junho para 47% agora.
O resultado preocupou os especialistas.
Para Homero Guizzo, da Terra Investimentos, o resultado apresentado deve preocupar o Banco Central, principalmente por causa da aceleração vista em serviços subjacentes.
De acordo com ele, o único núcleo que trouxe uma “boa notícia” para a autoridade monetária foi o de serviços intensivos em trabalho.
Da mesma forma, o economista-chefe da PicPay, Igor Cadilhac, se mostrou preocupado com a situação, afirmando que o começo do segundo semestre do ano deixou para trás o melhor momento desinflacionário do ciclo recente.
Cadilhac destaca a “piora significativa” dos núcleos de serviços, o que torna o cenário desafiador para o Comitê de Política Monetária (Copom), caso ele persista.
Ainda assim, ele prevê que a taxa Selic deve permanecer estável até o fim do ano, em 10,50% ao ano, enquanto a sua projeção para a inflação de 2024 também foi mantida em 4,3%.