A Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) divulgou, ontem (12) à noite, seu balanço referente ao segundo trimestre do ano.
A companhia reportou prejuízo líquido de R$222,6 milhões, revertendo lucro de R$283 milhões registrado um ano antes, ocasionado pelo aumento de suas despesas financeiras e da maior incidência de impostos referentes às subsidiárias, impactando diretamente seu resultado, compensando a melhora operacional que a companhia teve.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 17% no comparativo anual, para R$2,645 bilhões. Com isso, sua margem Ebitda avançou 3,5 pontos percentuais, para 23,2%, puxada pela melhora operacional e recordes no segmento de cimentos e mineração.
“O trimestre foi marcado ainda por uma importante recuperação no segmento de siderurgia”, acrescentou a CSN.
Já sua receita líquida recuou 1% em comparação ao mesmo período do ano passado, para R$10,882 bilhões, puxado pelo segmento de siderurgia, além do efeito positivo da sazonalidade do período.
Sua repartição de mineração (CMIN3) registrou lucro líquido de R$1,507 bilhão, alta anual de 170,2%.
Seu Ebitda ajustado registrou alta de 47,4% em um ano, para R$1,618 bilhão, com sua margem Ebitda avançando 18,3 pontos percentuais em um ano, para 48,7%.
Já sua receita líquida recuou 8% em comparação a um ano antes, para R$3,324 bilhões.
Para a XP, o resultado da CSN indicou uma melhora, ficando acima de suas expectativas, puxado “por melhores números das divisões de mineração, siderurgia e cimento”.
Ainda assim, Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, que assinam o relatório, mantém uma perspectiva neutra para a companhia que reflete a expectativa de uma desaceleração no segmento de minério e um desempenho “ainda pressionado” da divisão de siderurgia.
Da mesma forma, o trio elogiou o resultado da CSN Mineração (CMIN3), mas mantém uma visão cautelosa para as perspectivas da companhia, “com uma perspectiva pouco inspiradora no mercado imobiliário da China sugerindo espaço limitado para os preços do minério de ferro se recuperarem significativamente, em nossa opinião”.
Com isso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para as ações da CSN (CSNA3) e CSN Mineração, com preços-alvos de R$20,00 e R$6,00, respectivamente, com potencial de ganho de 71,23% para a holding (em comparação ao fechamento de ontem, a R$11,68) e de 21,70% para sua repartição de mineração (em comparação ao fechamento de ontem, a R$4,93).
Os analistas da Genial Investimentos consideraram o resultado da CSN mistos, destacando o desempenho positivo da repartição de minério (CMIN3) e o desempenho negativo do aço.
Os analistas Igor Guedes, Iago Souza e Rafael Chamadoira explicam que a indústria chinesa busca “compensar, mesmo que parcialmente, o overcapacity de seu parque fabril por uma demanda doméstica fraca através das exportações de bens duráveis, o que acaba assegurando um nível resiliente de taxa de utilização de alto-forno, e tão longo, demanda por minério de ferro no curto prazo”, algo que é positivo para o setor de mineração e, em contrapartida, negativo para as usinas de aço do Brasil.
“Por isso, a CMIN continua trazendo resultados significativos dentro da holding, mas a divisão de aço não consegue performar de maneira satisfatória”, concluem.
O trio destaca, ainda, o aumento da alavancagem da holding.
“A dívida líquida consolidada atingiu R$37,2b (+12% t/t) e o indicador Dívida Líq./EBITDA subiu mais uma vez, chegando a 3,36x (vs. 3,13x no 1T24). O impacto se deu por conta da variação cambial observada durante o período, com a taxa de câmbio USD/BRL EoP chegando a R$5,56 vs. R$4,93 no 1T24, apresentado uma forte aceleração de +11,3% t/t, o que arretou na consolidação na maior conversão do montante tomado de dívida em USD para BRL”, afirmam.
“Claro que o impacto da aceleração da taxa de câmbio USD/BRL era um fator que não estava em posse da companhia controlar, mas mesmo assim, o investidor parece cansado de escutar o discurso sobre desalavancagem, mas que nunca vê acontecendo na prática”, ponderam.
Sendo assim, eles reiteraram recomendação “Manter”, equivalente a “Neutra”, para as ações da holding (CSNA3), com preço-alvo de R$13,35, com potencial de ganho de 14,30%, enquanto manteve recomendação de “Compra” para as ações da CSN Mineração (CMIN3), com preço-alvo de R$6,00, com potencial de ganho de 21,70%.