A JBS (JBSS3) divulgou, na noite de ontem (13), seu balanço referente ao segundo trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro lÃquido de R$1,72 bilhão, revertendo prejuÃzo registrado um ano antes, puxado pelas operações de aves e suÃnos e auxiliado por custos mais baixos com matérias-primas como grãos.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado foi de R$9,88 bilhões, alta de 121,1% em comparação ao mesmo perÃodo de 2023, puxando sua margem Ebitda ajustada em 4,8 pontos percentuais, para 9,8%.
Sua receita lÃquida cresceu 12,6% em um ano, para R$100,6 bilhões, com a empresa superando a marca dos R$100 bilhões pela primeira vez em sua história.
Além disso, a companhia também anunciou o pagamento de R$4,436 bilhões em dividendos intermediários, equivalente a R$2,00 por ação. O montante será distribuÃdo dia 7 de Outubro a todos que constarem em sua base societária no fechamento do dia 19 de Agosto.
O resultado foi bem recebido pelos analistas.
O Bradesco BBI se mostrou otimista com os números apresentados.
“Acreditamos que os resultados da PPC [Pilgrim’s Pride] teriam desencadeado por si só uma nova rodada de atualizações de lucros para a JBS e o 2T24 deve agora levá-la a um nÃvel totalmente novo”, afirmam seus analistas, em relatório.
“Continuamos acreditando que as margens de aves podem melhorar ainda mais no 3T24, enquanto a transferência de desempenhos mais fortes, particularmente na Austrália e na JBS Brasil, também deve reforçar o Ãmpeto dos lucros durante o segundo semestre do ano”.
A instituição destaca que, apesar do avanço das ações da companhia em 2024, os seus múltiplos ainda se encontram abaixo do seu nÃvel histórico e que, além disso, o anúncio de dividendos sinaliza “que os retornos de caixa aos acionistas devem ser retomados”.
Com isso, o BBI reiterou recomendação “Outperform”, equivalente a “Compra”, e o posto de Top Pick do setor para as ações da companhia (JBSS3), com preço-alvo de R$43,00, com potencial de ganho de 23,21% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$34,90.
O Citi também gostou dos números apresentados pela companhia, destacando sua tese de diversificação de negócios.
“Prevemos que a Seara pode ver estabilidade de margem no futuro, já que a produção de aves parece limitada, compensando o ambiente difÃcil para a carne bovina dos EUA, que deve continuar no futuro”, afirmam os analistas Renata Cabral e Tiago Harduim.
“Também prevemos tendências positivas para Pilgrim’s Pride (produtora de frango nos EUA), carne suÃna dos EUA e as operações australianas como beneficiárias da desaceleração no ciclo do gado dos EUA no futuro”.
A dupla prevê que, de forma geral, a companhia “deve melhorar ainda mais sua posição de dÃvida, reduzindo seu Ãndice de alavancagem”, com o Ãndice de alavancagem lÃquida (IFRS16) caindo de 3,7x para 3,1x, o que poderia levar a uma revisão de seus lucros futuros.
Além disso, eles também destacam o anúncio dos dividendos a serem distribuÃdos.
“Vemos isso como positivo para a tese, mas continuamos vigilantes quanto à alavancagem. Esse pagamento se traduziria em um aumento da dÃvida lÃquida/EBITDA de 2,77x (em dólar) para cerca de 2,9x. O pagamento está programado para 19 de agosto”, pontuam.
Com isso, eles reiteraram recomendação de “Compra” e o posto de Top Pick para suas ações (JBSS3).
Para a XP, o resultado foi “memorável”.
“O destaque veio das operações de aves e suÃnos, impulsionadas por custos de ração rentáveis e forte mercado interno, tanto no mercado doméstico quanto no de exportação”, afirmam os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
Apesar do forte avanço das ações no último mês, o trio continua otimista com as perspectivas para a companhia, “já que o momentum dos resultados deve permanecer mais forte por mais tempo, enquanto os resultados do segundo tri devem levar a outra rodada de revisão de resultados”.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações (JBSS3), porém o preço-alvo segue em R$34,90, o mesmo do fechamento de ontem.