O Departamento de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês) do Reino Unido publicou, nesta quinta-feira (15), seu Produto Interno Bruto (PIB) referente a Junho.
A economia britânica permaneceu estável (0,00%) no comparativo mensal, como estimado, depois de crescer 0,4% em Maio, enquanto que, no comparativo anual, ela desacelerou 0,7 ponto percentual, para 0,7%, 0,1 ponto percentual abaixo do projetado.
No segundo trimestre ela registrou crescimento de 0,6%, em linha com o estimado e 0,1 ponto percentual abaixo do registrado nos três primeiros meses do ano.
Em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB do Reino Unido acelerou seu crescimento em 0,6 ponto percentual, para 0,9%, também em linha com o projetado.
Para o economista-chefe da Confederação da Indústria Britânica, Ben Jones, o resultado indica que a economia “finalmente saiu do sono dos últimos anos”.
Apesar disso, Jones alerta que o Reino Unido ainda deve encarar desafios para conseguir estabelecer uma taxa de crescimento saudável.
Hailey Low, economista do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Social, afirmou que os dados “sinalizam que o crescimento continua no caminho certo, aproveitando o forte desempenho do primeiro trimestre”.
“Desafios persistentes, como baixo crescimento da produtividade, finanças públicas tensas e infraestruturas inadequadas têm atuado como barreiras para alcançar um crescimento sustentado”, acrescenta ela.
O diretor de economia do Instituto de Contadores Públicos da Inglaterra e do País de Gales (ICAEW, na sigla em inglês), Suren Thiru, apesar de positivo, esse crescimento não deve continuar no segundo semestre do ano, dado “o crescimento salarial mais fraco, as altas taxas de juros e as persistentes restrições de oferta limitam a produção”.
Por outro lado, Thomas Pugh, economista da empresa de contabilidade RSM UK, acredita que fatores externos podem ter pesado no resultado, que poderia ser melhor.
“No geral, a economia do Reino Unido mostrou um desempenho sólido no primeiro semestre do ano, mas precisamos ver sinais de aumento da renda e da confiança refletindo nos gastos e investimentos reais para impulsionar o crescimento no próximo ano”, concluiu Pugh.
Para a economista da consultoria Capital Economics, Ashley Webb, além de positivos, os números também estão bem alinhados com os projetados pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), banco central do Reino Unido.
“Na margem, isso pode dar ao banco [central britânico] um pouco de segurança de que a recente força da atividade não impedirá novas quedas na inflação de serviços”, acrescentou.