O Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, publicou, nesta quarta-feira (21), a ata da última reunião do seu comitê de política monetária (FOMC, na sigla em inglês).
Apesar de, na ocasião, a autoridade monetária optar por manter a taxa de juros norte-americana no patamar atual de 5,25%-5,50% ao ano, o documento indicou que “vários [participantes da reunião] observaram que o progresso recente na inflação e os aumentos na taxa de desemprego forneceram um caso plausível para reduzir a meta em 25 pontos-base nesta reunião” de Julho.
Vale destacar aqui que, nesse caso, o termo “vários”, quando utilizado pela autoridade monetária, indica mais de um porém a minoria, sem especificar quantidades.
Essa perspectiva foi respaldada tanto pelo processo de desinflação em curso, cujos fatores que auxiliaram esse encaminhamento “provavelmente continuariam a exercer pressão descendente sobre a inflação nos próximos meses”, e pela recente desaceleração do mercado de trabalho.
“A maioria dos participantes observou que os riscos para a meta de emprego aumentaram, e muitos participantes notaram que os riscos para a meta de inflação diminuíram”, afirma o documento.
“Alguns participantes notaram o risco de que uma flexibilização gradual adicional nas condições do mercado de trabalho poderia transitar para uma deterioração mais séria”.
Sendo assim, o documento afirma que “a grande maioria” dos integrantes do FOMC “observou que, se os dados continuassem a chegar conforme o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política na próxima reunião”, marcada para Setembro.
Para os especialistas, o conteúdo da ata sacramenta um corte nos juros em Setembro, divergindo com relação à sua magnitude.
A consultoria econômica Capital Economics projeta que o corte deve ser de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), mas admite que sinais mais claros de uma deterioração econômica, como o Payroll de Agosto abaixo do estimado, pode abrir margem para um corte de maior magnitude.
Da mesma forma, o analista da eToro, Brent Kenwell, também acredita que, caso uma deterioração extra do mercado de trabalho não ocorra em Agosto, o FED deve iniciar o ciclo de flexibilização monetária com uma redução de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) em Setembro.
Já para Christian Thorgaard, da SKOPOS, as chances de um corte de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) já podem ser justificadas tanto pelo Payroll de Julho, divulgado este mês, quanto com a revisão dos dados do mercado de trabalho do país, divulgada hoje.
Isso porque, do seu ponto de vista, os dirigentes que defendiam um corte já na última reunião ainda acreditavam em um mercado de trabalho mais forte do que, indicam os dados recentes.