O Simpósio de Jackson Hole, evento organizado pelo Federal Reserve (FED), teve início nesta quinta-feira (21) com declarações de alguns integrantes da autoridade monetária norte-americana sobre os próximos passos a serem tomados.
A presidente regional do FED de Boston, Susan Collins, afirmou à Fox Business que o FED deve anunciar um corte nos juros “em breve”, sinalizando que deve apoiar uma redução no próximo encontro do comitê de política monetária, marcado para Setembro.
“Vimos uma redução considerável na inflação. A redução para mim é consistente com mais confiança de que estamos nessa trajetória e com os mercados de trabalho saudáveis no geral, acho que logo será apropriado começar a aliviar”, comentou.
Ainda assim, ela indicou que essa redução será de forma “gradual e metódica”, levando a crer que ela deve ser favorável a um corte mínimo de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual).
Seu colega Patrick Harker, presidente regional do FED da Filadelfia, foi mais direto do que Collins, afirmando à Reuters que está pronto para cortar os juros dos Estados Unidos em Setembro.
“Para mim, salvo qualquer surpresa nos dados que receberemos até lá, acho que precisamos começar esse processo”, afirmou ele.
Sobre o ritmo que deve ser adotado pelo Federal Reserve, Harker partilha da visão de sua colega de que deve ser “uma abordagem lenta e metódica para baixo”, acrescentando que dificilmente um movimento mais rápido e imprevisível, semelhante ao visto no processo de elevação dos juros do país, em meados de 2022, irá ocorrer agora.
Por outro lado, Jeff Schmid, presidente do FED de Kansas City e considerado um dos formuladores de política monetária mais agressivo do FED atualmente, teve uma postura mais cautelosa ao tratar do assunto.
“Temos alguns conjuntos de dados para entregar antes [da reunião] de setembro”, afirmou ele à CNBC.
“Há algum espaço para considerar para onde iremos a partir daqui, mas, francamente, acho que temos tempo”.
Sobre quais dados seriam relevantes para que Schmid tomasse sua decisão, ele comentou que “vale a pena olhar mais atentamente” para o mercado de trabalho, destacando o aumento recente da taxa de desemprego dos Estados Unidos, que atingiu 4,3% em Julho.
“Vou deixar os dados mostrarem para onde estamos indo. Eu concordo com vários dos meus colegas que queremos agir talvez antes que [a inflação] chegue a 2%, mas acho que a sustentabilidade da meta é realmente importante”, acrescentou.
A divergência só aumenta a expectativa dos especialistas e do mercado para o discurso de Jerome Powell, presidente do FED, que acontecerá amanhã, às 11h00.