O Conference Board publicou, nesta terça-feira (27), seu índice de Confiança do Consumidor norte-americano referente a Agosto.
O índice avançou 2,3 pontos, para 103,3, surpreendendo os especialistas, que previam queda de 1 ponto, para 100,9.
Apesar da alta inesperada, o índice mostrou que os norte-americanos estão mais preocupados com a situação do mercado de trabalho do país, com 32,8% dos consumidores afirmando que os empregos eram “abundantes”, o menor percentual desde Março de 2021 e o sexto declínio consecutivo.
Por outro lado, 16,4% deles afirmaram que arrumar um novo emprego estava “difícil”, 0,1 ponto percentual acima da leitura de Julho.
Com isso, o chamado “diferencial do mercado de trabalho”, indicador que compara o percentual de otimismo e pessimismo com o mercado de trabalho, atingiu seu menor patamar desde Março de 2021, a 16,4 pontos.
“Avaliações dos consumidores sobre a situação trabalhista atual, embora ainda positivas [acima de 80 pontos, considerado ponto de corte da pesquisa], continuaram a enfraquecer, e avaliações do mercado de trabalho daqui para frente foram mais pessimistas”, afirmou Dana Peterson, economista-chefe do Conference Board.
“Isso provavelmente reflete o recente aumento do desemprego. Os consumidores também estavam um pouco menos positivos sobre a renda futura”.
Já as expectativas de inflação para os próximos 12 meses recuaram 0,4 ponto percentual, para 4,9%, atingindo seu menor patamar desde Março de 2020, última leitura antes da pandemia.
Para os especialistas, o resultado reforça a perspectiva de que esse é um bom momento para que o Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, inicie seu ajuste na taxa de juros do país.
Conrad DeQuadros, consultor econômico sênior da Brean Capital, afirmou que o relatório “apoia um corte na taxa [de juros] devido à queda nas expectativas de inflação e à fraqueza do mercado de trabalho, mas não é tão fraco a ponto de sugerir uma recessão neste momento”.
Da mesma maneira, o time da Bloomberg Economics destacou que o FED deve se apegar à nova queda nas perspectivas para o mercado de trabalho do país, e não à alta das expectativas como um todo.
“A ligeira melhora na confiança foi ofuscada pelo segundo mês consecutivo pela deterioração no mercado de trabalho”, afirma a agência, em relatório.