O Departamento Federal de Estatística da Alemanha (Destatis, na sigla em alemão) publicou, nesta terça-feira (27), a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do país referente ao segundo trimestre do ano.
A economia alemã registrou contração de -0,1% em comparação aos três primeiros meses de 2024, em linha com a leitura anterior, enquanto apresentou estabilidade (0,00%) quando comparada com o mesmo período do ano passado, depois de, na primeira divulgação, indicar retração de -0,1%.
“Após o ligeiro aumento no trimestre anterior, a economia alemã desacelerou novamente na primavera”, afirmou Ruth Brand, presidente do Destatis, destacando, em seu comentário, a fragilidade da recuperação econômica do país.
Em outro relatório, publicado pela GfK, a confiança do consumidor alemão segue em queda, iniciada em Novembro de 2021, com o índice recuando 3,6 pontos em Agosto, para -22,0, o menor patamar desde Maio deste ano.
Os resultados geraram preocupação entre os especialistas.
Kyle Chapman, analista de câmbio do Ballinger Group, acredita que o país deve continuar com o rótulo de “homem doente da Europa” por mais tempo.
“A economia alemã está achando difícil ganhar tração suficiente para sair da estagnação, e os números da pesquisa de confiança começaram a mudar bruscamente na direção errada”, afirmou ele.
“Fomos provocados por alguns dados otimistas no primeiro trimestre, mas, no final das contas, a fraca demanda estrangeira, a rigidez orçamentária e os problemas estruturais da força de trabalho estão tendo um grande efeito de arrasto”.
Para o especialista em consumo do Instituto de Decisões de Mercado de Nuremberg (NIM), Rolf Buerkl, o que mais preocupa é a deterioração do sentimento do consumidor.
“Aparentemente, a euforia dos consumidores alemães desencadeada pelo Campeonato Europeu de Futebol [Eurocopa] foi apenas um breve surto e desapareceu após o fim do torneio”, afirmou.
“Notícias negativas sobre a segurança do emprego estão deixando os consumidores mais pessimistas, e uma recuperação rápida no sentimento do consumidor parece improvável”.
O time de research econômica do banco holandês ING afirmou, em relatório, que a economia alemã “está presa na estagnação”.
“A economia alemã está atualmente de volta onde estava há um ano: estagnada, sendo a mais lenta em termos de crescimento de toda a zona do euro”, pontuam.
Ainda assim, eles seguem esperançosos com o segundo semestre deste ano, mesmo depois da nova queda na confiança do consumidor.
Isso porque “o maior aumento nos salários reais em mais de uma década ainda pode abrir as carteiras dos consumidores alemães e só precisa haver uma pequena melhora nos pedidos industriais para trazer a tão esperada virada do ciclo de estoque”.