O Departamento de Estatísticas da Zona do Euro (Eurostat) divulgou, nesta manhã, os dados preliminares do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) referentes a Agosto.
A inflação do bloco avançou 0,2% no mês, depois de permanecer estável (0,00%) em Julho.
Em comparação a Agosto do ano passado, ela registrou alta de 2,2%, em linha com o projetado e desacelerando 0,4 ponto percentual quando comparada com o relatório anterior.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos, energia, álcool e tabaco, avançou 0,3% no comparativo mensal, depois de cair -0,2% em Julho, e registrou alta de 2,8% no comparativo anual, em linha com o estimado e 0,1 ponto percentual abaixo do registrado no relatório do mês anterior.
Apesar do bom resultado, a inflação de serviços do bloco registrou alta de 4,2%, que foi atribuído às Olimpíadas de Paris, que tiveram um aumento no preço das acomodações e do transporte.
Nesse sentido, Jack Allen-Reynolds, da Capital Economics, acredita que o Banco Central Europeu deve apenas ignorar esse dado.
“Duvidamos que o aumento inesperado da inflação de serviços em agosto impeça o BCE de cortar as taxas de juros em sua próxima reunião em setembro”, afirmou ele.
Por outro lado, Kyle Chapman, analista de mercados de câmbio do Ballinger Group, acredita que isso deve preocupar os integrantes do comitê de política monetária do BC da Zona do Euro.
“A manchete positiva se deve puramente aos efeitos do preço da energia e mascara o fato de que pouco progresso real nas pressões subjacentes foi feito aqui”, afirmou ele, em nota.
“Agora no nível mais alto desde outubro passado, a inflação de serviços está colada na área de 4% há quase um ano e tem caminhado na direção errada desde a primavera”.
Para os analistas do banco holandês ING, apesar dos números de serviços, a inflação “está lentamente se tornando mais benigna” no bloco.
“O BCE chegou em uma longa reta final”, acrescentam.
Tomas Dvorak, economista-sênior da Oxford Economics, partilha da mesma visão positiva de que os números tornam “o corte de Setembro” ainda mais factível.
“Acreditamos que o BCE já está atrasado, muito fixado em medidas atuais e limitadas de inflação, sem prestar atenção suficiente ao crescimento fraco, com potenciais impactos prejudiciais a longo prazo”, pontuou.