O Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (4), a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) referente a Julho.
A produção do setor recuou -1,4% em comparação a Junho, depois de subir 4,3% no mês anterior. O desempenho foi pior do que a queda de -0,9% projetado pelos especialistas, ocasionado pela queda de -2,5% dos Bens de Consumo atrelada ao recuo de -0,3% dos Bens Intermediários, enquanto os Bens de Capital compensaram parcialmente a baixa, avançando 2,5%.
Em comparação ao mesmo mês do ano passado, ela registrou alta de 6,1%, depois de subir 3,2% no relatório anterior, porém ficou 0,2 ponto percentual abaixo do estimado.
O destaque no comparativo anual ficou para o avanço de 17,3% dos Bens de Capital, seguido pelas altas de 8,7% dos Bens de Consumo e de 4,0% dos Bens Intermediários.
No ano, o setor acumula crescimento de 3,20% com Bens de Capital registrando alta de 6,8%, Bens de Consumo avançando 4,5% e Bens Intermediários crescendo 2,3%.
Apesar do resultado abaixo do previsto, os especialistas o consideraram bons.
Para Luis Otávio de Souza Leal, da G5 Partners, a pesquisa não indica retrocesso para o setor e os números apresentados por Bens Duráveis e pelo segmento de Automóveis, em especÃfico, que registrou forte alta, refletem a reconstrução do Rio Grande do Sul.
O economista da Terra Investimentos, Homero Guizzo, avaliou que os números são positivos, com o resultado final sendo impactado por concentração em poucos segmentos.
Apesar do relatório divulgado hoje, Guizzo acredita que o setor tem setores com bom desempenho e afirma que a economia, como um todo, está operando acima de seu potencial, enxergando hiato entre 0,5% e 1,0%.
Tatiana Pinheiro, da Galápagos, afirmou que, apesar dos números apresentados, o terceiro trimestre começou forte para o setor.
Para o Itaú, a queda apresentada em Julho reverte apenas parcialmente a forte alta apresentada no mês anterior, fazendo com que o carrego estatÃstico para o terceiro trimestre do ano fique em 0,9%.
Por outro lado, a economista do C6 Bank, Claudia Moreno, afirmou que o número reforça a perspectiva de que o setor deve andar de lado “daqui para a frente”, apesar de projetar que ele deve crescer 3% no ano.
Além disso, ela afirma que o resultado “reforça nossa visão de que a atividade econômica deve ter uma desaceleração no segundo semestre, já que os fatores que estimularam o crescimento do PIB nos primeiros meses do ano perderão força na segunda metade”.
“Ainda assim, como o PIB do segundo trimestre veio mais forte do esperávamos, revisamos nossa projeção de crescimento em 2024 para 3%”, acrescenta.