O Japão divulgou, na noite de ontem (8), sua leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) do país referente ao segundo trimestre do ano.
O crescimento da economia japonesa foi revisado para baixo em comparação às leituras preliminares, tendo crescido 0,7% em comparação aos três primeiros meses do ano, 0,1 ponto percentual abaixo do estimado, porém revertendo a queda de 0,6% registrada entre Janeiro e Março de 2024.
Em comparação ao mesmo período de 2023, o PIB avançou 2,9%, revertendo queda de -2,4% dos três primeiros do ano, porém ficando 0,2 ponto percentual abaixo do indicado nas leituras preliminares.
O consumo privado, que representa mais da metade da economia japonesa, aumentou 0,9%, contra a leitura preliminar de crescimento de 1,0%, enquanto as despesas de capital, que mede a força liderada pela demanda privada, subiu 0,8% no segundo trimestre, revisado para baixo de um aumento de 0,9% na estimativa inicial.
Para Kengo Tanahashi, economista da Nomura Securities, tanto o consumo das famílias quanto o aumento real dos salários foram decepcionantes.
“A possibilidade de que o ímpeto do consumo privado no período de julho a setembro seja mais fraco do que o esperado vem aumentando”, acrescentou.
Além disso, o Índice de preços do PIB registrou alta de 3,1% no período, em comparação a um ano antes, 0,3 ponto percentual abaixo dos três primeiros meses de 2024, porém 0,1 ponto percentual acima do estimado.
Para os especialistas, os números apresentados não mudam as perspectivas de continuidade no processo de normalização da política monetária do país por parte do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).
O economista do JPMorgan Securities, Benjamin Shatil, partilha dessa visão.
“Embora a inflação subjacente tenha diminuído desde o início do ano, esperamos que essa tendência se reverta em resposta à atividade resiliente”, afirmou.
Taro Kimura, economista da Bloomberg Economics, lembrou que, mesmo com a revisão para baixo, o crescimento “permaneceu muito acima do potencial, que o Banco do Japão estima em 0,6%”.
“Junto com a inflação alta e o forte crescimento salarial, mantemos nossa previsão básica de que o BOJ buscará aumentar as taxas novamente em sua reunião de outubro”, acrescentou ele.
O economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin, Takeshi Minami, também não vê impacto dos números de hoje nas perspectivas para o BoJ e espera por um novo aumento nos juros em breve.
“É improvável que eles aumentem as taxas neste mês, devido à instabilidade dos mercados financeiros, mas eles deixaram claro que um aumento nas taxas está em suas mentes, então acho que outro aumento dentro do ano é possível”, pontuou.