A China divulgou, nesta terça-feira (10), sua balança comercial referente ao mês de Agosto.
O país registrou superávit de US$91,02 bilhões, quase US$7 bilhões acima do registrado em Julho e aproximadamente US$10 bilhões superior ao estimado pelos especialistas.
Suas exportações cresceram 8,7%, quando comparadas com Agosto, 1,7 ponto percentual superior ao registrado no mês anterior e 2,2 pontos percentuais acima do esperado.
O resultado foi puxado pelo setor automotivo, com o país exportando 610 mil veículos no mês, alta de 40% em comparação a um ano antes.
Olhando para os principais parceiros comerciais do país (EUA, União Europeia e a Associação das Nações do Sudeste Asiático), os envios também cresceram, com destaque para o avanço de 13% para o continente europeu, de acordo com dados calculados pela CNBC.
Já suas importações registraram crescimento de 0,5%, 6,7 pontos percentuais abaixo do avanço registrado em Julho e 1,5 ponto percentual menor do que previam os especialistas.
De forma geral, os especialistas consideram o crescimento das importações preocupantes, dado que, mais uma vez, ele reforça o cenário desafiador que o país enfrenta para conseguir fomentar a demanda interna.
Steve Brice, diretor de investimentos da Standard Chartered Wealth Management, comentou à CNBC que esse era o grande foco do relatório divulgado e que ele frustrou as expectativas.
Já olhando para as exportações, ainda que o crescimento registrado tenha sido elogiado por eles, já que o relatório de Julho frustrou suas expectativas, existem diversas preocupações com o cenário econômico e geopolítico global que os levam a ficar mais pessimistas com as perspectivas.
Lynn Song, economista-chefe do banco holandês ING, é um dos que partilha dessa visão.
“Além das tarifas cobradas e dos dados fracos sobre pedidos de exportação dos últimos meses, se o ritmo de crescimento global também começar a desacelerar, isso também poderá prejudicar o ritmo de exportação”, comentou.
O pesquisador macroeconômico do China Everbright Bank, Zhou Maohua, comentou que “o ambiente econômico e geopolítico global é complicado e as exportações da China enfrentarão muitos obstáculos” daqui para a frente.
Analistas do Nomura afirmaram, em nota, que o resultado, inclusive, pode ser ainda mais prejudicial à economia chinesa.
“A forte sequência contínua de exportações pode, na verdade, atrasar o suporte político de curto prazo”, afirmaram, acrescentando esperar que o país anuncie medidas mais ousadas no quarto trimestre deste ano.