A China divulgou, na última sexta-feira (13), uma série de indicadores setoriais referentes ao mês de Agosto.
As vendas no varejo do país avançaram 2,1% em comparação ao mesmo mês do ano passado, desacelerando 0,6 ponto percentual em comparação ao resultado de Julho e ficando 0,4 ponto percentual abaixo do estimado.
No acumulado do ano, o setor tem alta de 3,36%, 0,19 ponto percentual a menos do que o registrado no relatório anterior.
Sua produção industrial cresceu 4,5% em termos anuais, 0,6 ponto percentual abaixo de Julho e 0,2 ponto percentual inferior ao estimado pelos especialistas, acumulando alta de 5,8% em 2024, 0,1 ponto percentual abaixo do registrado no mês anterior.
Os investimentos em ativos fixos no país desaceleram 0,2 ponto percentual em comparação a Julho, para 3,4% no comparativo anual, 0,1 ponto percentual abaixo do estimado.
Já os preços dos imóveis registraram queda de -5,3% quando comparados com Agosto do ano passado, 0,4 ponto percentual abaixo do recuo registrado em Julho.
Olhando para o mercado de trabalho, sua taxa de desemprego avançou 0,1 ponto percentual em comparação a Julho, para 5,3%, surpreendendo os especialistas, que previam estabilidade.
Para os especialistas, os números repetem os mesmo problemas que a China tem enfrentado desde o começo do ano, com dificuldades em estabelecer um crescimento para a demanda interna do país.
Xing Zhaopeng, estrategista-sênior do ANZ para a China, partilha dessa visão.
“O PIB do terceiro trimestre provavelmente será menor que o do segundo trimestre com base nos fluxos de dados atuais”, comentou, acrescentando esperar um “estímulo em larga escala” a ser anunciado em breve.
O economista-chefe do ING para China, Lynn Song, também acredita que estímulos devem ser anunciados.
“Como já estamos chegando ao fim do terceiro trimestre, o tempo está se esgotando para que os formuladores de políticas introduzam medidas para impulsionar a economia em meio a vários obstáculos”, comentou.
Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management, acredita que, em breve, os investidores começarão a se questionar, também, sobre o que esperar da economia chinesa no ano que vem.
“A postura rigorosa da política fiscal continuará no próximo ano, quando o crescimento global provavelmente desacelerará e pressionará as exportações da China?”, questionou.
Raymond Yeung, economista-chefe da Grande China do Australia and New Zealand Banking Group, espera que as autoridades divulguem pacotes de estímulos até o final do ano, já que “o ritmo de crescimento da China desacelerou rapidamente nos últimos meses”, podendo chegar a 0,5 ponto percentual de diferença entre o crescimento real e a meta de crescimento do governo.
Da mesma maneira, o Goldman Sachs acredita que estimular a demanda interna é algo que deve ocorrer em breve, já que o país “pode enfrentar mais tarifas de parceiros comerciais se houver uma expansão sustentada no superávit comercial de bens”.
Os analistas da instituição adicionaram que essa seria a maneira para “equilibrar o risco de novas tarifas que prejudicam o crescimento e agravam a desinflação”.