A Genial Investimentos publicou hoje (7) um relatório em que traz suas perspectivas para a Gerdau (GGBR4), baseada no Investor Day realizado pela companhia na semana passada.
Os analistas Igor Guedes, Luca Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza, que assinam o relatório, destacam que, no evento, a companhia deixou claro que “segue focada em garantir retorno ao acionista” através de uma política de distribuição mínima de dividendos de 30% do lucro líquido adicionada de seu programa de recompra, que tem duração até Agosto do ano que vem e que já adquiriu cerca de 27% do total anunciado.
Apesar disso, o quarteto segue projetando um Dividend Yield de 5,5% para este ano, que é bem baixo perto do potencial de pagamento da companhia para o ano que vem.
“Ainda assim, entendemos que a companhia teria que acelerar mais o ritmo de recompra se quiser chegar perto dos 100%, pois faltam 11 meses para o encerramento do programa e 73% das 69 milhões de ações ainda para serem recompradas”, afirmam.
Com relação a isso, eles levantam três desafios para a companhia conseguir acelerar o ritmo do programa, sendo o CAPEX moderadamente alto no curto prazo, o ciclo de rentabilidade fraco para o aço na ON Brasil e o delay de curto prazo para a redução da taxa de juros norte-americana atingir o consumo de aço nos Estados Unidos.
“Os três fatores mencionados dificultam a geração de FCF, e, portanto, reduzem espaço para recompras mais agressivas, ainda que concordamos com o Sr. Japur [CFO da companhia] na colocação de que as ações da Gerdau estão excessivamente descontadas e penalizadas além do justo”, comentam.
Olhando para a ON América do Norte, os analistas afirmam acreditar que a companhia “está bem-posicionada para capturar valor de médio prazo com base em seu portfólio diversificado de aços longos, com a recuperação econômica dos EUA, impulsionada pelo sequenciamento de corte na taxa de juros que é esperado pelo FED, bem como a tendência de consolidação de novos projetos pós eleições americanas, embora mantemos a nossa projeção de que o spread metálico tende à regredir para um valor um pouco mais próximo da média histórica (ficará acima da média em 2025, mas não no patamar atual)”.
Além disso, eles também destacam que, durante o evento, Japur chamou a atenção para o valuation da companhia, que, na visão dos analistas, está excessivamente descontado.
“Conforme comentamos, sustentando nossa visão de que a companhia de fato está sendo avaliada de forma errónea pelo mercado atualmente, entendemos que mediante a materialização de alguns fatores as ações tendem a apresentar um upside considerável”, comentam.
Eles pontuam que os gatilhos “mais evidentes” para as ações da companhia são a redução de custo na ON Brasil e uma melhora na demanda na ON América do Norte.
“Portanto, a tendência é o valor das ações convergirem para algo mais próximo do que consideramos justo ao longo de 2025 e vindo expurgar essa diferença, que diga-se de passagem, foi bem pontuada pelo management durante o Investor Day”, afirma a publicação.
Ainda assim, eles acreditam que a tendência de curto prazo “é piorar antes de melhorar”, com a companhia “dando um passo para trás, para depois dar dois à frente”, se aproveitando da redução de gastos no futuro.
Com isso, eles reiteraram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$23,40, com potencial de ganho de 22,00% quando comparado com o fechamento da última sexta-feira, a R$19,18.