O presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC, na sigla em inglês) prometeu, nesta terça-feira (8), que o país acelerará a emissão de títulos de propósito específico para apoiar o crescimento econômico dos governos locais.
A emissão dos primeiros títulos especiais ultralongos, que totalizou 1 trilhão de yuans, foram totalmente utilizados para o financiamento de projetos locais e o país deve continuar a emiti-los no ano que vem.
Além disso, um plano de investimento de 100 bilhões de yuans será apresentado até o final do mês que vem além de algumas novas medidas para apoiar o mercado imobiliário e incentivar a demanda doméstica do país, de acordo com um alto funcionário do NDRC.
Zheng destacou que o governo chinês está “totalmente confiante” de que atingirá sua meta de crescimento neste ano.
O anúncio não trouxe nenhuma grande novidade, o que acabou frustrando os especialistas.
“O mercado realmente esperava mais. A correção será ainda mais forte se os dados da Golden Week em termos de consumo forem fracos”, afirmou Alicia Garcia-Herrero, economista-chefe para a região Ásia-Pacífico no banco de investimentos Natixis.
“O mercado está reagindo à falta de um estímulo fiscal real. Eu não teria organizado uma coletiva de imprensa para não anunciar nada de novo”.
O sócio e diretor administrativo do China Market Research Group, Shaun Rein, partilha da mesma visão.
“Muitos investidores devem começar a realizar lucro à partir de hoje e vão esperar para ver se mais estímulos serão anunciados”, afirmou ele, à CNBC.
Para Rein, a coletiva de imprensa foi frustrante porque teve “muita espuma”, o que gerou a expectativa de que o governo fosse lançar um pacote de estímulos “massivo”.
Ainda assim, parte dos especialistas se mostraram esperançosos com o fato de que a ausência de números concretos no anúncio de hoje pode significar uma surpresa positiva.
Yue Su, economista principal da Economist Intelligence Unit, é um deles.
Para Su, ainda que nenhum número tenha sido sublinhado, a coletiva serviu para mostrar que a “postura pró-crescimento” do governo chinês segue “inalterada”, o que pode ser um bom presságio.
Ela projeta que a China pode anunciar mais 1 trilhão a 3 trilhões de yuans para estimular a economia e manteve a projeção de crescimento de 4,7% da segunda maior economia do mundo este ano e de 4,8% para o ano que vem.
Bruce Pang, economista-chefe para a Grande China na Jones Lang LaSalle Inc, partilha dessa visão.
“Se, e somente se, um apoio fiscal considerável e sustentado estiver em primeiro plano, a economia da China poderá ganhar ainda mais impulso”, comentou, à Bloomberg.