O Assaí (ASAI3) divulgou, na noite de ontem (17), seu guidance para o ano que vem.
A companhia reduziu suas previsão de abertura de lojas pela metade, passando de cerca de 20 para cerca de 10.
Essa revisão foi ocasionada, de acordo com o comunicado, por conta, principalmente, da expectativa por uma taxa Selic mais alta, “influenciando diretamente o custo de carregamento da dívida líquida da companhia”.
O Assaí prevê investir entre R$1 bilhão e R$1,2 bilhão na “visão caixa” para o ano que vem e manter um patamar de alavancagem de 2,6x sua dívida líquida sobre o Ebitda ao final de 2025.
O Itaú BBA classificou as mudanças como positivas.
“A empresa está pisando no freio por enquanto, mantendo o foco na desalavancagem”, comentou o analista Rodrigo Gastim, que assina o relatório.
O analista ainda destaca que o mercado não estava considerando que a companhia conseguiria atingir cerca de 20 lojas abertas no ano que vem e, por isso, o impacto nas perspectivas deve ser limitado.
A instituição tem recomendação Outperform, equivalente a “Compra”, para as ações do Assaí (ASAI3), com preço-alvo de R$16,60, com potencial de ganho de 135,13% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$7,06.
O time de análises do Safra também considerou o anúncio positivo.
“É um bom sinal que a empresa esteja comprometida em desalavancagem por meio de um ritmo mais lento de aberturas de lojas e capex controlado”, afirmam os analistas Vitor Pini, Tales Granello e Pedro Tineo, que assinam o relatório.
“Além disso, a gerência tem falado abertamente sobre alavancas de margem bruta, como: (i) melhores condições de pagamento com fornecedores; (ii) políticas comerciais aprimoradas com estratégia otimizada de preços e agrupamento de lojas; e (iii) melhor sortimento”.
O trio acredita que as margens mais elevadas “serão cruciais” para que a companhia consiga atingir seu guidance de alavancagem, apesar de preferirem esperar por melhorias para incorporar uma melhor perspectiva para as margens em suas projeções.
Sendo assim, eles reiteraram recomendação Outperform, equivalente a “Compra”, para suas ações, com preço-alvo de R$9,30 para o ano que vem, com potencial de ganho de 31,73%.
Já para a XP, o anúncio foi neutro, dado que o novo guidance está próximo do que projetam os analistas da instituição.
“Exceto pela expansão de 2026, para a qual adotamos uma postura mais conservadora, dada a alavancagem ainda alta da companhia ao final do ano e riscos de alta para as taxas de juros”, acrescentam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam o relatório.
“Além disso, enxergamos potenciais acordos de desimobilização de imóveis (sale and leaseback) como uma alavanca para reduzir o CAPEX de 2025, embora às custas de despesas adicionais com aluguel”.
A XP tem recomendação de “Compra” para as ações da companhia (ASAI3), com preço-alvo de R$13,00, com potencial de ganho de 84,14%.