O Carrefour (CRFB3) divulgou, na noite de ontem (22), seu relatório de vendas referente ao terceiro trimestre deste ano.
Suas vendas consolidadas cresceram 4,8% em comparação a um ano antes, para R$29,5 bilhões.
No critério vendas em mesmas lojas (LFL), o Atacadão registrou crescimento anual de 5,6% enquanto o Sam’s Club viu elas avançarem em 3,2% e o Carrefour Varejo em 7,1%.
No e-commerce, o grupo atingiu um valor bruto de mercadorias (GMV) de R$3 bilhões, crescendo 21% em comparação a um ano antes, puxado pelo avanço nas vendas de 1P alimentar, que registraram alta de 39,7%.
O segmento representou 10,5% das vendas totais do grupo.
O Banco Carrefour teve faturamento de R$17,1 bilhões, alta de 13,2% em comparação ao terceiro trimestre de 2023.
Além disso, a companhia ainda anunciou a venda de 15 lojas do Atacadão para o FII Guardian Real State (GARE11) por R$725 milhões na modalidade “sale-leaseback”, com ela passando a ser locatária do imóvel.
O resultado dividiu os analistas.
Para o Safra, o desempenho registrado não deve gerar grandes surpresas, com os analistas da instituição prevendo que a margem Ebitda do Carrefour deve crescer 31 pontos-base (0,31 ponto percentual) em comparação a um ano antes, “como resultado da maturação das lojas BIG convertidas”.
Apesar disso, eles projetam que a margem Ebitda da companhia deve permanecer 112 pontos-base (1,12 ponto percentual) abaixo da registrada no primeiro trimestre de 2022, antes da aquisição do BIG.
Sendo assim, eles reiteraram recomendação “Neutra” para suas ações (CRFB3), com preço-alvo de R$8,90 para os próximos 12 meses, com potencial de ganho de 26,06% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$7,06.
Da mesma maneira, os analistas da Genial Investimentos afirmaram que os números trouxeram “zero surpresas”.
Com relação ao Atacadão, os analistas Iago Souza e Nina Mirazon, que assinam o relatório, afirmaram que a desaceleração de suas vendas já era esperada e que a sua “composição de crescimento” surpreendeu positivamente.
Olhando para o Carrefour Varejo, a dupla destaca que, apesar de ter desacelerado no comparativo anual, por conta do fechamento de algumas lojas, eles enxergam “boas tendências em estancar a sangria da vertical, com o Same Store Sales crescendo +80bps acima da inflação alimentar”.
“Provavelmente, este deve ser o maior SSS do setor neste trimestre”, acrescentam.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$10,50, com potencial de ganho de 48,73%.
Já a XP considerou a prévia de vendas “encorajadora”.
“A empresa observou que o desempenho do C&C foi sustentado principalmente por um setembro sólido e dinâmicas de volume positivas, compensando uma demanda B2B ainda fraca em meio à deflação de alimentos mês a mês”, comentam os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam o relatório.
“O Sam’s registrou mais um crescimento sólido, apoiado pela expansão das lojas, enquanto o CSF Bank se beneficiou do maior portfólio de crédito”.
Além disso, o trio também considerou positiva a venda das 15 lojas para o FII Guardian Real State.
Ainda assim, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (CRFB3), com preço-alvo de R$11,00, com potencial de ganho de 55,81%, pois esperam “que as margens sejam pressionadas, enquanto preferimos outros varejistas de alimentos com estratégias mais claras”.