A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou, ontem (28) à noite, sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre deste ano.
A sua produção total própria de óleo, LGN e gás natural recuou 6,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, para aproximadamente 2,69 milhões de barris de óleo equivalente por dia (Mboed).
Levando em consideração apenas a produção de óleo e LGN, o recuo foi de 8,2%, para 2,129 Mboed.
A produção no pré-sal registrou queda de 2,7% no comparativo anual, enquanto a produção em campos terrestres e águas rasas caiu 5,9%.
As vendas da companhia registraram queda de 3,2% em comparação ao terceiro trimestre de 2023, para 2,971 milhões de barris por dia (Mbpd).
As vendas de derivados de petróleo registrou queda de 2,7%, para 1,771 Mbpd.
Para o Safra, o resultado foi neutro, superando as expectativas dos seus analistas em 2% e “permanecendo consistente com os níveis do 2T24”.
“Este resultado reflete a maior produção do FPSO de Sepetiba, que atingiu o pico de produção com três novos poços, juntamente com o desempenho dos FPSOs Almirante Barroso e Maricá, ambos beneficiados pelo início da produção de um novo poço e o início de cinco novos poços de injeção na bacia de Santos”, afirmam os analistas Conrado Vegner e Vinícius Andrade, que assinam a publicação.
“Esses ganhos foram parcialmente compensados por um maior volume de paradas e uma queda de 10% QoQ na produção dos campos do pós-sal em 275 mil boed”.
Apesar da produção acumulada do ano estar 2,8% abaixo da meta de 2,8 Mboed, tendo atingindo 2,72 Mboed no terceiro trimestre deste ano, os analistas acreditam que “com ramp-ups antecipados e o início de novas plataformas e poços no 4T24”, essa distância pode diminuir.
Eles projetam que a companhia deve registrar um Ebitda ajustado consolidado de R$62,9 bilhões, avançando 1% em comparação ao segundo trimestre deste ano, o que levaria a uma margem Ebitda ajustada consolidada de 52% e a um lucro líquido de R$29,5 bilhões.
Com isso, a companhia deve anunciar R$11,7 bilhões de dividendos, de acordo com as estimativas da dupla, equivalente a um rendimento de 2,5%.
Com isso, eles optaram por manter recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$34,00, 13,53% abaixo do preço de fechamento das ordinárias (PETR3), a R$39,32, e 5,79% inferior ao preço de fechamento das preferenciais (PETR4), a R$36,09.
O time de análises do Goldman Sachs também minimizou o relatório, já que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) divulga todos os meses os números de produção para o mercado de petróleo.
Além disso, o relatório da instituição destaca que o possível atingimento da meta de produção da petrolífera está em linha com suas estimativas.
Com isso, eles mantiveram recomendação Outperform, equivalente a “Compra”, para suas ADRs, negociadas em Wall Street.
Por outro lado, o Santander considerou o relatório positivo.
Os analistas da instituição destacaram que, apesar da queda em sua produção, os volumes estáveis de Exploração & Produção (E&P) junto a margens mais altas no refino e volumes maiores no segmento de Gás & Petróleo (G&P) devem sustentar seu Ebitda, que deve ficar em torno de US$11,4 bilhões no período.
Com isso, os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, que assinam o relatório, estimam que a companhia deve pagar US$2,4 bilhões em dividendos ordinários e destacam que não se surpreenderiam se ela anunciasse o pagamento de dividendos extraordinários.
Sendo assim, eles argumentam que a companhia segue segundo uma opção sólida para o setor na América Latina, reiterando recomendação Outperform, equivalente a “Compra”, para suas ações (PETR4), com preço-alvo de R$54,00, com potencial de ganho de 49,63%.