O Departamento do Comércio dos Estados Unidos publicou, nesta quarta-feira (30), a primeira leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do país referente ao terceiro trimestre do ano.
A economia norte-americana cresceu 2,8% no período, quando comparada com o terceiro trimestre de 2023, 0,2 ponto percentual abaixo do registrado no segundo trimestre deste ano e do estimado pelos especialistas.
Os gastos dos consumidores do país avançou 3,7% no período, 0,9 ponto percentual superior ao registrado nos três meses anteriores.
Apesar do avanço do consumo e do robusto crescimento da economia, a inflação se mostrou mais comportada, com o avanço dos preços dos bens e produtos que integram o cálculo do PIB desacelerando 0,7 ponto percentual no comparativo trimestral, para 1,8%, e 1,0 ponto percentual no comparativo anual, para 1,5%.
O resultado surpreendeu os especialistas, que esperavam alta trimestral de 1,9% e anual de 2,7%.
Da mesma maneira, o núcleo do índice, quando são descontados os preços dos alimentos e da energia, subiu 2,2% em comparação ao terceiro trimestre de 2023, 0,6 ponto percentual abaixo do registrado no trimestre anterior, porém 0,1 ponto percentual acima do projetado.
De forma geral, os especialistas se mostraram satisfeitos com o resultado.
O ex-presidente do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês) de St. Louis, James Bullard, comemorou o resultado, afirmando que ele traz ainda mais indícios de que a autoridade monetária conseguiu garantir um pouso suave da economia do país.
“Acho que deveríamos declarar um pouso suave agora”, afirmou ele, à CNN.
Para Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics para os Estados Unidos, o relatório mostra que a economia dos Estados Unidos “está indo muito bem”.
O economista-chefe da Oxford Economics para os Estados Unidos, Ryan Sweet, destacou, em nota enviada a clientes, que “a economia está indo bem e a inflação está moderando, uma boa notícia para o Federal Reserve”.
“A tendência de crescimento do PIB continua sólida, reduzindo o risco de um aumento repentino e significativo nas demissões”, acrescentou ele.
“Isso aumenta nossa convicção em nossa previsão acima do consenso para o crescimento no próximo ano”.
Outro relatório que corrobora esse cenário é o da consultoria de recursos humanos American Data Processing, divulgado hoje, mais cedo.
No mercado, a repercussão de ambos os relatórios acabou gerando um aumento nas apostas na manutenção da taxa de juros dos Estados Unidos na próxima reunião do comitê de política monetária do FED (FOMC, na sigla em inglês), marcada para o começo do mês que vem.
De acordo com dados compilados pela ferramenta FEDWatch, do CME Group, 94,7% dos investidores projeta que os juros devem ser cortados em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), enquanto 5,3% deles acredita que o FOMC deve mantê-los inalterados, em 4,75%-5,00%.
Ontem, 98,4% do mercado apostava em um corte mínimo enquanto 1,6% projetava manutenção da taxa de juros norte-americana.
Olhando à frente, o mercado segue projetando que os juros devem cair 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) esse ano, com um novo corte de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) sendo estimado para Dezembro.
Até o fim do primeiro semestre do ano que vem, os investidores seguem prevendo que devem ocorrer mais dos cortes, sendo o primeiro em Janeiro de 2025 e o segundo em Maio de 2025, com os juros norte-americanos encerrando o período entre 3,75%-4,00%.
Daí em diante, a perspectiva é de que o FED anuncie mais um corte de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) em Julho, com a taxa de juros do país se estabilizando no intervalo entre 3,50%-3,75% até o fim de 2025.