O Departamento de Estatística da Alemanha (Destatis, na sigla em inglês) divulgou, nesta quarta-feira (30), os dados preliminares do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) alemão referente a Outubro.
A inflação do país avançou 0,4% em comparação a Setembro, depois de permanecer estável (0,00%) no mês anterior.
Em comparação a um ano antes, o índice avançou 2,0%, 0,4 ponto percentual acima do registrado no mês anterior.
O resultado superou as expectativas dos especialistas, que previam avanço mensal de 0,2% e anual de 1,8%.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos e de energia, registrou alta de 2,9% no comparativo anual, 0,2 ponto percentual acima do registrado em Setembro.
O CPI harmonizado, para ser comparado com as demais economias da Zona do Euro, registrou alta de 0,4% no mês e 2,4% no ano. Em setembro, o índice harmonizado recuou -0,1% no comparativo mensal e avançou 1,8% no comparativo anual.
O desempenho também foi superior ao projetado, com os especialistas prevendo avanço de 0,2% no mês e de 2,1% no ano.
Os especialistas receberam o resultado com cautela.
O economista do Deutsche Bank, Sebastian Becker, afirmou que o relatório deixa claro que o problema da inflação não foi resolvido e que é necessário mais paciência por parte do Banco Central Europeu (BCE).
“No curto prazo, os sinais estão apontando para uma inflação mais alta”, acrescentou.
O time de análises do banco holandês ING projetam que a inflação deve continuar aumentando até o fim de 2024 para, no ano que vem, se estabilizar em um patamar entre 2% e 3%.
“A rigidez da inflação em um nível um pouco alto demais ainda parece destinada a continuar, já que os efeitos favoráveis da base energética continuarão a desaparecer enquanto, ao mesmo tempo, os salários estão aumentando”, afirmaram, em nota.
Olhando à frente, os especialistas destacam que os dados da inflação alemã atrelados à primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro e de suas principais economias referentes ao terceiro trimestre do ano, que apresentaram desempenho acima do projetado, dá forças para os membros do Banco Central Europeu (BCE) que estão mais relutantes em cortar os juros do bloco de forma acelerada.
Apesar disso, eles projetam que muitos dados ainda serão divulgados até a próxima reunião do comitê de política monetária do BCE, marcada para Dezembro, o que deve alimentar ainda mais o debate sobre o ritmo de cortes que deve ser adotado daqui para a frente.