O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou, nesta sexta-feira (1), seu relatório do mercado de trabalho do país referente a Outubro, o Payroll.
Foram gerados 12 mil empregos no mês, bem abaixo dos 223 mil registrados em Setembro (revisado para baixo, de 254 mil) e dos 106 mil estimados.
Apesar disso, a taxa de desemprego permaneceu estável em 4,1%, com a taxa de participação recuando 0,1 ponto percentual, para 62,6%.
Por outro lado, os salários dos trabalhadores norte-americanos apresentaram crescimento de 0,4% no mês, 0,1 ponto percentual superior ao registrado em Setembro e ao estimado pelos especialistas.
Em comparação a um ano antes, eles avançaram 4,0%, 0,1 ponto percentual superior ao registrado no mês anterior, porém em linha com o estimado.
De forma geral, o resultado bem abaixo do esperado na geração de emprego foi minimizado pelos especialistas, que destacaram que o mês contou com fortes impactos de dois furacões que atingiram os Estados Unidos.
Esse fator foi citado, inclusive, pelo Departamento do Trabalho do país.
“No entanto, não é possível quantificar o efeito líquido na mudança mensal nas estimativas nacionais de emprego, horas ou ganhos porque a pesquisa de estabelecimento não foi projetada para isolar efeitos de eventos climáticos extremos”, pondera o relatório.
“Não houve efeito discernível na taxa nacional de desemprego da pesquisa domiciliar”.
Dessa maneira, os especialistas deram muito mais ênfase à manutenção da taxa de desemprego em 4,1%, algo visto como positivo, em meio a “muito barulho” nos números de saldo de emprego.
No mercado, porém, o relatório trouxe mudanças consideráveis nas perspectivas para a próxima reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), banco central do país.
Ontem, 5,2% dos investidores apostavam que os juros dos Estados Unidos deveriam permanecer estáveis em Novembro, enquanto 94,8% deles projetavam que ele seria reduzido em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), para o intervalo 4,50%-4,75%, de acordo com dados da ferramenta FEDWatch, do CME Group.
Já hoje, 99,5% deles preveem que o FOMC (sigla em inglês do comitê) deve cortar os juros em 25 pontos-base (0,25 ponto percenutal), enquanto 0,5% projeta uma redução de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual).
Olhando à frente, o mercado segue prevendo mais um corte de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) em Dezembro, com os juros norte-americanos encerrando o ano entre 4,25%-4,50%.
Da mesma maneira, para 2025, os investidores projetam mais três cortes mínimos, sendo o primeiro em Janeiro, o segundo em Maio e o terceiro corte em Julho, com a taxa atingindo 3,50%-3,75%, onde deve permanecer até o final do ano.