A Fitch, uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, rebaixou a nota de crédito local da Azul (AZUL4) de ‘CCC(bra)’ para ‘CC(bra)’.
O rebaixamento segue o anúncio do acordo de refinanciamento da companhia, que inclui seus principais credores e fornecedores e que deve resultar em uma oferta de troca de dÃvida e solicitações de consentimento para as notas com vencimento entre 2028 e 2030.
A agência “considera este cenário uma troca de dÃvida em situação crÃtica (Distressed Debt Exchange – DDE), de acordo com a sua metodologia”.
“O acordo é avaliado como forma de evitar a inadimplência e, apesar de não haver um desconto (haircut) imediato na dÃvida ou extensão do vencimento, os detentores dos tÃtulos que não o aceitarem devem enfrentar termos mais desfavoráveis, devido ao perfil mais forte da dÃvida com garantias, bem como um retorno mais baixo com a conversão em capital de parte das notas de 2029 e 2030″, comenta.
Além do acordo firmado pela companhia, a Fitch também destaca a pressão que ela tem sofrido na geração de fluxo de caixa operacional este ano, ocasionada pela desvalorização do real, perda de cerca de 10% de suas receitas provenientes da operação no Rio Grande do Sul e pelo atraso no recebimento de novas aeronaves.
“Isto, somado a elevados juros, pagamentos de aluguéis e investimentos que a companhia deve realizar, resulta em geração de fluxo de caixa livre negativo”, pontua.
“O EBITDA estimado para o segundo semestre deste ano ficará em torno de BRL3,3 bilhões a BRL3,6 bilhões, enquanto os pagamentos de arrendamentos e juros, juntamente com investimentos, devem somar BRL4,1 bilhões, segundo as projeções da Fitch”.
A agência ainda cita que “a conclusão da oferta de troca de dÃvida deve resultar no rebaixamento dos IDRs de Longo Prazo para ‘RD'” e que estes ratings serão posteriormente elevados para refletir o perfil de crédito da empresa após a DDE.
Além disso, o “anúncio de que o consentimento (threshold consent) foi alcançado levará ao rebaixamento dos IDRs de Longo Prazo para ‘C'”.
Ela também destaca que uma “inadimplência não resolvida no pagamento de qualquer obrigação financeira significativa levará ao rebaixamento dos IDRs para ‘RD'”.