A Minerva (BEEF3) divulgou, na noite de ontem (6), seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro líquido de R$94,1 milhões, queda de 33% quando comparado com um ano antes e abaixo do que previa o consenso LSEG, que projetava R$129,7 milhões.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 13,9% no período, para R$813 milhões, acima da expectativa do consenso, que estimava R$771,8 milhões. Com isso, sua margem Ebitda recuou 0,5 ponto percentual, para 9,6%.
Sua receita líquida cresceu 20,3% em comparação com o terceiro trimestre do ano passado, para R$8,501 bilhões.
A XP se mostrou frustrada com o resultado da companhia.
“Pensávamos que o 3T representaria o pico nas margens, mas é provável que isso tenha ocorrido no 2T, já que a margem bruta diminuiu 80 bps T/T (–80 bps vs. XPe), potencialmente impulsionada pelo aumento nos preços do gado no Brasil”, afirmam os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
“Números recordes, juntamente com uma taxa de câmbio mais alta (o que nos dá sentimentos mistos – mais detalhes abaixo), poderiam levar a um sentimento positivo para as ações. No entanto, não acreditamos que os lucros do 3T serão um catalisador à luz dos resultados enfraquecidos daqui para frente e de um ritmo lento de desalavancagem, já que a Minerva precisa ‘digerir’ o recente M&A”.
Com isso, o trio manteve recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$8,40, com potencial de ganho de 42,37% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$5,90.
Já para o Safra, o resultado foi bom, com seus analistas destacando que a companhia apresentou “sólido crescimento da receita impulsionado por volumes e uma ligeira surpresa positiva no preço médio”.
“O desempenho entre as regiões foi misto, pois o Brasil teve um desempenho muito bom, mas os volumes ficaram abaixo das nossas estimativas, enquanto a Colômbia e a Austrália (cordeiro) foram os destaques com crescimento significativo do volume”, comentam Ricardo Boiati e Rafael Une, que assinam a publicação.
“O desempenho do volume na Argentina está melhorando (tanto YoY quanto QoQ), enquanto o Paraguai registrou volumes YoY maiores, mas abaixo das nossas expectativas”.
Além disso, a dupla chama a atenção para os resultados financeiros líquidos, que apresentaram desempenho melhor que o esperado, que, atrelado à taxa de imposto de renda menor, acabou levando a um resultado maior do que o projetado por eles.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (BEEF3), com preço-alvo de R$8,00, com potencial de ganho de 35,59%, já que eles esperam “desafios futuros em relação à consolidação dos ativos da Marfrig, combinados com a reversão do ciclo favorável, maior endividamento e aumento das taxas de juros”.