A Petrobras (PETR3; PETR4) reportou, na noite de ontem, seu balanço referente ao terceiro trimestre do ano.
A companhia registrou lucro líquido de R$32,6 bilhões, alta de 22,3% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$63,7 bilhões queda anual de 3,8%, enquanto seu Ebitda recorrente caiu 3,7%, para R$64,4 bilhões.
Sua receita total de vendas avançou 6% em comparação ao terceiro trimestre de 2023, para R$129,59 bilhões.
De acordo com a companhia seu lucro líquido foi expressivo, “com uma forte geração de caixa e redução tanto da dívida financeira quanto da dívida bruta. Tudo isso em um cenário desafiador, de queda no preço do petróleo brent”.
“Além disso, no 3º trimestre realizamos investimentos de US$ 4,5 bilhões em projetos que garantirão o futuro da companhia. Nossos resultados mostram que estamos no caminho certo”, afirmou a presidente da petrolífera, Magda Chambriard.
Além disso, a companhia anunciou o pagamento de R$17,12 bilhões em dividendos, o que equivale a, aproximadamente, R$1,33 por ação ordinária (PETR3) e preferencial (PETR4).
O montante será pago em duas parcelas, sendo a primeira em 25 de Fevereiro e a segunda em 25 de Março, com a data “ex-dividendos” sendo o dia 26 de Dezembro.
Os resultados foram ligeiramente acima do esperado pela XP.
Os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, que assinam a publicação, chamaram a atenção para alguns fatores.
O primeiro deles é o pagamento de dividendos anunciado.
“Ficamos surpresos com o momento dos pagamentos – isso significa que o governo brasileiro só poderá contar com esses dividendos para os resultados fiscais do próximo ano (e talvez o mesmo se aplique a quaisquer distribuições extraordinárias)”, comenta a dupla.
Eles também se mostraram otimistas com a redução da alavancagem, que abre “um espaço significativo para a distribuição de dividendos extraordinários”, podendo chegar a US$4,5 bilhões se forem feitos no curto prazo ou mais, se esse prazo for estendido.
Além disso, eles também chamaram a atenção para a geração de fluxo de caixa livre (FCFE, na sigla em inglês).
“Outro destaque positivo no trimestre foi a geração de fluxo de caixa livre da PBR, uma vez que a PBR foi capaz de reduzir a dívida líquida apesar das saídas de dividendos (US$ 2,3 bilhões no trimestre)”, comentam.
“Ajustando para a liberação de capital de giro (US$ 0,5 bi), o FCFE recorrente da Petrobras foi de c.US$ 3.9 bi. Isso representa um rendimento anualizado atraente de cerca de 18%, o que parece consistente com o preço médio do Brent neste trimestre de US$ 80/bbl”.
Sendo assim, a dupla manteve recomendação de “Compra” para suas ações (PETR4), com preço-alvo de R$45,10, com potencial de ganho de 27% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$35,51.
Da mesma maneira, os números apresentados pela estatal ficaram ligeiramente acima das previsões do Banco Safra, com os analistas Conrado Vegner e Vinícius Andrade, que assinam a publicação, também chamando a atenção para o FCFE.
“Notavelmente, o destaque do trimestre foi o forte fluxo de caixa livre de R$ 38 bilhões, que aumentou 19% QoQ, apesar do maior capex, e permitiu que a empresa anunciasse dividendos ordinários maiores do que o esperado de R$ 17,1 bilhões para o trimestre, equivalente a um rendimento de 3,7%”, comenta a dupla.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (PETR4), com preço-alvo de R$34,00, 4,25% abaixo do seu preço de fechamento.