Na última quinta-feira (14), o Japão divulgou a primeira leitura preliminar do seu Produto Interno Bruto (PIB) referente ao terceiro trimestre do ano.
A economia japonesa cresceu 0,2% no comparativo trimestral, depois de crescer 0,5% no segundo trimestre deste ano. O resultado foi em linha com o projetado pelos especialistas.
Os gastos de capital recuaram -0,2%, depois de avançarem 0,9% no período anterior, em linha com o estimado, enquanto o consumo privado acelerou 0,2 ponto percentual, para 0,9%, 0,5 ponto percentual acima do esperado.
Quando comparado com um ano antes, o PIB do país registrou alta 0,9%, 0,2 ponto percentual acima do esperado, porém 1,3 ponto percentual abaixo do crescimento registrado no segundo trimestre deste ano.
Já o índice de preços do PIB avançou 2,5% em comparação ao terceiro trimestre de 2023, ficando 0,6 ponto percentual abaixo do registrado no segundo trimestre e 0,3 ponto percentual inferior ao projetado.
Olhando para a situação econômica do país, os especialistas se mostraram surpresos com o resultado, destacando o forte crescimento do consumo privado, apesar do processo de normalização da taxa de juros japonesa, que saiu de -0,10% ao ano para 0,25% ao ano nos últimos meses.
De forma geral, eles acreditam que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) deve interpretar os dados como favoráveis ao processo de normalização da política monetária, abrindo margem para que os juros subam novamente em breve.
Isso porque, apesar da desaceleração no comparativo trimestral, o crescimento econômico em um ano foi mais forte do que o previsto e foi puxado pelo avanço do consumo.
Em suas últimas declarações, integrantes do BoJ, incluindo seu presidente, Kazuo Ueda, deixaram claro que, se os indicadores econômicos continuarem apresentando desempenho em linha com o projetado pela autoridade monetária, os juros continuarão a subir, podendo chegar a 1% até Setembro de 2025.
Atrelado a isso, outro fator que corrobora esse cenário de alta da taxa de juros japonesa é a recente desvalorização do iene, que registrou queda de mais de 4% perante o dólar na recente escalada global da moeda norte-americana após a eleição de Donald Trump.
A expectativa de boa parte dos especialistas é de que o BoJ deve elevar os juros novamente em Dezembro ou, no mais tardar, em Janeiro.