A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou ontem (18) mais detalhes do seu plano de negócios para o período entre 2025 e 2029.
A projeção da companhia é de produzir um total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed) e investimento de US$111 bilhões, além de estimar investir US$77 bilhões no segmento de Exploração & Produção e US$20 bilhões no segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC).
Com relação à remuneração ao acionista, a petrolífera projeta o pagamento de dividendos ordinários com faixa inicial de US$45 bilhões e flexibilidade para o pagamento de dividendos extraordinários de US$10 bilhões durante o período do seu plano.
Apesar disso, a companhia lembra que a proposta ainda deve ser apreciada pelo Conselho de Administração antes de ser oficializada.
De forma geral, os especialistas consideraram as informações preliminares neutras, porque não traz grandes mudanças na remuneração destinada aos acionistas.
Para o Safra, os números apresentados são positivos, dado que os dividendos “parecem um pouco mais altos do que no plano atual”.
“Embora ainda sujeito à confirmação, o próximo plano indica o foco sustentado em E&P e a continuação da forte geração de caixa e remuneração aos acionistas”, comentam os analistas Conrado Vegner e Vinícius Andrade.
O Safra tem recomendação “Neutra” para as ações da companhia (PETR4), com preço-alvo de R$38,00, levemente abaixo dos R$38,20 do fechamento de ontem.
A Genial considerou os dados neutros para o “principal pilar da tese da empresa”, que seria o pagamento de dividendos.
” Em nossa interpretação, considerando os dados preliminares a serem plenamente divulgados na próxima sexta-feira, observamos uma piora marginal pela perspectiva dos investimentos em relação ao Planejamento Estratégico do ano passado tendo em vista o incremento nos investimentos esperados (US$111 bilhões vs US$102 bilhões no ano passado, diluídos ao longo dos próximos cinco anos) e o fluxo de dividendos esperados pra o mesmo período (c. US$40-55 bilhões, entre 40-60% do valor de mercado atual da empresa vs US$45-65 bilhões no plano anterior)”, afirma o analista Vitor Sousa.
“Entretanto, é importante mencionar que as ações da PETR4 negociam a múltiplos bem baixos em relação aos seus fundamento, fazendo com que exista espaço o suficiente em seu valuation para suportar eventos como esse. Antes de qualquer coisa, vamos esperar o evento de sexta feira para maiores conclusões em relação a tese da empresa”.
A Genial possui recomendação “Manter”, equivalente a “Neutra”, para suas ações (PETR4), com preço-alvo de R$47,00, com potencial de ganho de 23,04%.
Da mesma maneira, para a XP o anúncio é neutro, já que as informações parciais indicam estar “mais ou menos em linha” com as estimativas de seus analistas.
Sobre a questão dos dividendos, os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm destacam que os números apresentados seriam equivalente a uma distribuição ordinária de US$52 bilhões, assumindo que o preço do Petróleo Brent permaneça na casa de US$70,00 por barril.
“No entanto, as distribuições de dividendos dependem da premissa do preço do petróleo, sobre a qual o comunicado à imprensa não comenta”, ponderam, acrescentando que esperam ter mais informações na quinta-feira (21), após a aprovação do plano.
A XP tem recomendação de “Compra” para as ações da companhia (PETR4), com preço-alvo de R$46,00, com potencial de ganho de 20,42%.