O Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou, na última terça-feira (19), que manteve suas taxas de juros de um ano e cinco anos inalteradas em 3,10% ao ano e 3,60% ao ano, respectivamente.
A taxa de juros de um ano do país é utilizada, principalmente, para empréstimos corporativos e residenciais na China, enquanto a de cinco anos é amplamente utilizada como referência para as taxas de hipoteca.
O anúncio veio em linha com o que projetavam os especialistas, que acreditam que, principalmente depois do avanço acima do esperado do varejo chinês em Outubro, Pequim está esperando para ver como a segunda maior economia do mundo irá responder à série de estímulos anunciados nos últimos meses.
Bruce Pang, economista-chefe e chefe de pesquisa para a Grande China na JLL, é um dos especialistas que partilham dessa visão.
Para ele, não havia “nenhuma necessidade imediata de ajustar o LPR [sigla para as taxas de juros do país] neste mês”.
“Embora outro corte na taxa básica de juros antes do final do ano pareça improvável, ainda há potencial para cortes nas taxas de juros em 2025”, acrescentou.
Ainda assim, uma parcela do mercado segue cética de que a China deve conseguir manter seu ritmo de crescimento nos próximos anos.
O Morgan Stanley reviu suas estimativas para 4% em cada um dos próximos dois anos, com seus especialistas afirmando que os recentes estímulos anunciados não devem ser suficientes para combater o ambiente deflacionário e as crescentes tensões comerciais.
“Vemos uma chance limitada de que o governo chinês forneça estímulo fiscal suficiente para atingir o consumo e a habitação”, acrescentam.
Da mesma maneira, o Goldman Sachs projeta que a economia do país deve crescer 4,9% em 2024 e 4,5% em 2025.