A XP publicou ontem (25) um relatório em que atualiza suas premissas para as ações da C&A (CEAB3).
Os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam a publicação, a iniciam abordando três temas considerados “principais” em suas conversas com investidores.
O primeiro deles é relacionado à dinâmica de vendas em mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), que apresentou um forte crescimento no terceiro trimestre do ano, com o SSS consolidado da companhia crescendo 16% no comparativo anual, puxado pela alta de 19% de vestuário.
O trio espera que, para o próximo semestre, o indicador deve apresentar uma desaceleração ocasionada “pela base de comparação mais normalizada (dinâmica de push & pull, precificação dinâmica implementada a partir do 4T23, levando a um SSS de +16%).
“No entanto, a expansão da carteira de crédito do C&A Pay e os benefícios contínuos do Energia C&A (os executivos observaram que 180 lojas já passaram por alguma intervenção, com ganhos de produtividade) devem continuar apoiando um SSS sólido, ainda acima dos concorrentes”, ponderam.
Com relação às margens da companhia, o time de análises espera que a implementação do push & pull e da precificação dinâmica devem sustanter a expansão da margem bruta de vestuário, ainda que em uma escala reduzida, “enquanto o mix (maior penetração de beleza) deve sustentar as margens gerais de mercadorias” não só nos três últimos meses deste ano como, também, no ano que vem.
“Para a margem EBITDA, embora esperemos que o crescimento geral de SG&A acelere em relação aos anos anteriores, refletindo investimentos mais pesados do Energia C&A, a alavancagem operacional e a expansão da margem bruta devem mitigar isso”, acrescentam.
Já se tratando liquidez de suas ações, algo muito questionado pelo mercado, o trio destaca que, com a redução da fatia detida pelo acionista controlador da companhia para 52%, tendo caído 13 pontos percentuais, a expectativa é que o volume médio diário de negociação (ADTV) chegue a cerca de R$60 milhões, acima dos R$45 milhões adicionais, o que pode abrir espaço para a entrada de investimentos conforme a ação se torna uma “alternativa para novos compradores marginais”.
Sendo assim, os analistas afirmam ter adotado uma “visão mais construtiva” para o futuro da C&A, apoiada por resultados operacionais sólidos, ainda que isso seja compensando por despesas financeiras mais elevadas por conta da alta taxa de juros projetada para o mês que vem.
Essa perspectiva levou a um aumento de 20% nas estimativas da XP para o lucro da companhia em 2024 e uma redução em 6% nas perspectivas para o lucro do ano que vem.
Com isso, o trio manteve recomendação de “Compra” para suas ações (CEAB3), e elevou seu preço-alvo de R$15,00 para R$18,00 para o final de 2025, com potencial de ganho de 43,20% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$12,57.
“Continuamos vendo a companhia como uma história de resiliência que deve continuar se beneficiando das iniciativas estratégicas, deixando espaço para melhorias mesmo em um contexto macro mais difícil. No entanto, nós observamos que a dinâmica macro representa um risco, pois o recente aumento da inflação pode prejudicar o poder de compra em 2025, dificultando assim a demanda do consumidor”, concluem.