A Standard&Poor’s (S&P), uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, reafirmou a nota de crédito ‘brAA+’ do IRB (Re) (IRBR3) e elevou sua perspectiva de ‘Negativa’ para ‘Estável’.
De acordo com a agência, o IRB tem apresentado uma melhora gradual de seus resultados, conforme prioriza firmar contratos mais rentáveis, melhora sua eficiência e faz ajustes em suas exposições internacionais.
Anda assim, apesar das melhorias apresentadas, a S&P alerta para o fato de que o índice combinado permanece acima da meta.
“Embora o IRB considere que a maior parte do saneamento de seus contratos ressegurados já tenha sido feito, o lucro da resseguradora ainda depende dos retornos de sua carteira de investimentos”, afirma a publicação.
“Por exemplo, o negócio de resseguro de vida, que representava cerca de um quinto de seus prêmios ganhos, apresentou índice combinado de 118% nos nove primeiros meses de 2024”.
Com isso, a agência acredita que “a entidade continuará buscando melhorar sua eficiência e priorizando sua atuação no mercado brasileiro de resseguros de ramos elementares de modo a reduzir o índice combinado para menos de 100%”.
A publicação ainda destaca a contração de atuação e geração de lucro, que resultou em acúmulo de excesso de capital regulatório e possibilitou que a instituição retomasse o crescimento, e o fato de sua liquidez ter atingido níveis mais confortáveis, com seu endividamento tendo caído após o pré-pagamento de sua 3ª emissão de debêntures em Abril.
“Acreditamos que o IRB continuará ampliando seu histórico mais recente de resultados técnicos positivos enquanto mantém indicadores regulatórios de capital e liquidez estáveis”, pontuam.
“Ademais, acreditamos que os elevados juros no Brasil continuarão sustentando os elevados retornos sobre a carteira de investimentos do IRB, complementando sua geração de lucro”.
Apesar de prever que sua nota de crédito deve permanecer neste patamar pelos próximos 12 meses, a agência explica que, para ser rebaixada, o IRB teria que apresentar prejuízos contábeis “em função de uma nova falha em suas práticas de subscrição e precificação”.
“Nesse cenário, acreditamos que o excesso de capital regulatório da resseguradora seria pressionado, prejudicando nossa visão sobre seu perfil de risco financeiro”, comenta.
“Além disso, poderíamos rebaixar o rating devido à uma significativa deterioração na posição de ativos líquidos da resseguradora”.
Já para ter sua nota de crédito elevada, ela precisaria apresentado um fortalecimento de seus resultados técnicos enquanto amplia seu histórico de lucratividade.
“Além de aumentar seu patrimônio líquido, os lucros recorrentes podem ajudar a amortizar o relevante estoque de créditos tributários de prejuízo fiscal da entidade, que são dedutíveis do capital regulatório, o que proporcionaria mais flexibilidade para a resseguradora retomar sua estratégia de crescimento”, explica.