A gestora de recursos independente SPX, uma das maiores do país, divulgou, nesta semana, sua carta mensal destinada aos cotistas de seus fundos e investidores em geral referente a Novembro.
Nela, a gestora afirma que o cenário internacional está cada vez mais desafiador, enquanto, no cenário interno, as dificuldades continuam se aprofundando.
Olhando para fora, a publicação destaca que a grande vitória dos republicanos estabelece “as condições para implementar boa parte” das promessas de campanha de Donald Trump.
“Embora a intensidade dos impactos da eleição ainda seja incerta, fato é que estamos entrando em um cenário global de maiores tarifas comerciais e restrições migratórias, ao mesmo tempo em que a atividade nos EUA deve permanecer forte em relação às outras economias”, projeta.
“É, portanto, um cenário e maior inflação, juros ainda elevados e um dólar que deve seguir forte, dificultando o processo de afrouxamento monetário e o apetite de risco nas economias emergentes”.
Já com relação ao Brasil, a gestora comenta que a atividade segue muito forte e crescendo acima de sua capacidade, “o que tem pressionado a inflação de serviços e o balanço de pagamentos, aumentando nossa vulnerabilidade aos choques de liquidez externa”.
“Além disso, a decepção com o tamanho do pacote de despesas do governo e o anúncio antes do esperado da isenção do imposto de renda para pessoas física na faixa de até R$ 5.000 contribuíram para uma piora adicional na percepção de risco fiscal, pressionando a taxa de câmbio nas últimas semanas”.
Para ela, esse contexto coloca um “desafio grande” para o BC, que deve levar a taxa Selic a patamares mais elevados, sendo um cenário, portanto, que “inspira muita cautela, e as últimas semanas no mercado apenas corroboraram essa visão”.
Dessa maneira, no mercado de renda fixa, a SPX tem posições relativas, aproveitando o diferencial de crescimento e inflação entre diferentes diferentes países, mantendo, por aqui, uma pequena posição tomada, “esperando que a inflação elevada e os desequilíbrios fiscais acabem gerando um juros mais altos por mais tempo”.
No mercado de câmbio, ela segue comprada em dólar contra uma cesta de moedas.
Na renda variável, a gestora se encontra vendida em ações de países emergentes e comprada em índices de bolsa dos Estados Unidos enquanto que, no mercado de commodities, ela segue vendida em grãos.
“Nos mercados de crédito emergente soberano mantemos algumas posições idiossincráticas, mas permanecemos posicionados de forma conservadora ao nos aproximarmos do final do ano, pois esperamos maior volatilidade nas taxas e uma grande oferta em janeiro”, acrescenta.
O SPX Nimitz, principal fundo da casa, registrou rentabilidade de 2,11% em Novembro contra 0,79% do CDI, acumulando retorno de 12,65% no ano ante 9,85% do seu índice de referência.