O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos publicou, nesta sexta-feira (6), o Payroll referente a Novembro.
A economia do país gerou 227 mil postos de trabalho no período, bem acima dos 36 mil (revisado para cima, de 12 mil) e dos 202 mil projetados pelos especialistas.
O destaque foi para o setor de Saúde, que gerou 54 mil novos postos no mês, seguido por Lazer & Hospitalidade (53 mil) e governo (33 mil), enquanto Assistência Social foi responsável por 19 mil pontos.
Eles foram mais do que suficientes para compensar a queda de 28 mil do Comércio varejista, ocasionada pela aproximação da temporada de férias escolares.
Apesar disso, a taxa de desemprego cresceu 0,1 ponto percentual, para 4,2%, em linha com o estimado, mesmo com a queda na taxa de participação dos cidadãos do país no mercado de trabalho, que passou de 62,6% para 62,5%, surpreendendo os especialistas, que previam alta para 62,7%.
Com relação à remuneração dos norte-americanos, o crescimento mensal foi de 0,4% e anual de 4,0%, assim como ocorreu em Outubro, ante expectativa de leve queda de 0,1 ponto percentual para ambos.
De forma geral, o relatório foi muito bem recebido pelos especialistas, que consideram que os números estão condizentes com um mercado de trabalho em desaceleração gradual, mesmo com o aumento acima do esperado dos salários, assim como a própria economia em si.
“Os dados desta manhã foram um bufê de Ação de Graças com folhas de pagamento no ponto, revisões positivas, mas desemprego aumentando apesar da taxa de participação cair”, afirmou Lindsay Rosner, chefe de investimento multisserviços da Goldman Sachs Asset Management.
“Esta impressão não mata o espírito natalino e o FED continua no caminho certo para entregar um corte em dezembro”.
Para Ellen Zentner, estrategista econômica-chefe da Morgan Stanley Wealth Management, o relatório equilibra uma economia que continua a produzir empregos em um nível saudável com uma leve desaceleração do mercado de trabalho, o que, na sua visão, “dá ao FED o que ele precisa para cortar as taxas em Dezembro”.
O estrategista-chefe global da Principal Asset Management, Seema Shah, partilha da mesma visão.
“O relatório de folha de pagamento de hoje reforça o argumento a favor de um corte do Fed em dezembro, mas sem incitar nenhuma preocupação significativa sobre o mercado de trabalho”, comentou.
No mercado, as apostas em um corte nos juros em Dezembro ganharam forças, passando de 71% ontem para 87,1% após a divulgação do relatório, de acordo com dados compilados pela ferramenta FEDWatch, do CME Group.
Em contrapartida, as apostas na manutenção da taxa de juros norte-americana no próximo encontro do comitê de política monetária do FED caíram de 29% para 12,9%.
Além disso, os investidores passaram a prever que o FOMC (sigla em inglês para o comitê do FED) deve fazer 3 cortes adicionais em 2025, sendo o primeiro em Março, o segundo em Junho e o terceiro em Dezembro, projetando que a taxa de juros dos Estados Unidos deve encerrar o ano que vem no intervalo entre 3,50% a 3,75% ao ano.
Ontem, a previsão era seriam feitos apenas 2 cortes no ano que vem, com os juros terminando 2025 no intervalo entre 3,75% a 4,00% ao ano.
Nesse sentido, alguns especialistas ponderaram que, apesar dos números corroborarem essa possibilidade de três cortes no ano que vem, tudo segue ainda muito incerto, dependendo, principalmente, do que o presidente eleito Donald Trump irá fazer em seu primeiro ano de mandato e os impactos de suas medidas.