A Moody’s, uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, elevou a nota de crédito da Embraer (EMBR3) de ‘Ba1’ para ‘Baa3’, o que significa que a companhia atingiu, agora, grau de investimento.
A elevação reflete, nas palavras da agência, “a melhoria contÃnua da empresa nas métricas de crédito durante 2024, histórico de polÃticas financeiras conservadoras e liquidez, o que permitiu à Embraer fortalecer a resiliência de sua qualidade de crédito”.
“A melhoria contÃnua da Embraer nas métricas de crédito está relacionada a uma recuperação gradual nas entregas, desempenho operacional e backlog, bem como à redução proativa da dÃvida da empresa, incluindo nossa expectativa de redução adicional da dÃvida no quarto trimestre de 2024 devido a uma forte geração de fluxo de caixa livre e aos US$ 150 milhões em receitas do processo de arbitragem com a Boeing”, explica.
“A alavancagem bruta ajustada da Moody’s da empresa caiu para 2,7x nos doze meses encerrados em setembro de 2024, enquanto as margens operacionais ajustadas da Moody’s se recuperaram para 10,4% de 5,6% no final de 2023”.
A agência projeta que a alavancagem bruta ajustada da empresa fique abaixo de 2,5x este ano, permanecendo entre 2,0x e 2,5x daqui para a frente, enquanto seus Ãndices de alavancagem lÃquida devem permanecer entre 0,5x e 1,0x, conforme a companhia “aumenta ainda mais as entregas e aumenta a lucratividade de seus negócios de defesa e segurança, e usa os recursos da geração de caixa para fortalecer ainda mais seu balanço”.
“Apesar da potencial volatilidade nos contratos existentes com o governo brasileiro, a carteira de pedidos da Embraer continuará a crescer com pedidos adicionais no segmento de aviação comercial, conforme ilustrado pelos acordos anunciados recentemente que levaram a uma carteira de pedidos total de US$ 21,1 bilhões no final de junho de 2024, ante US$ 18,7 bilhões no final de 2023”, acrescenta.
A perspectiva atribuÃda para a nova nota foi ‘Estável’, refletindo as expectativas de que suas métricas de crédito devem permanecer compatÃveis com sua nova categoria nos próximos 12 a 18 meses “e que a empresa manterá sua boa liquidez para mitigar riscos relacionados à s condições voláteis do mercado”.
Sendo assim, para ser elevada novamente, a Embraer precisaria apresentar mais melhorias em suas métricas de crédito e liquidez, “de modo que a empresa crie uma proteção em cenários de estresse”.
Quantitativamente falando, isso exigiria “geração de fluxo de caixa livre positivo em uma base sustentada, Ãndices de alavancagem bruta se fortalecendo ainda mais para abaixo de 2x e cobertura de juros (medida por EBIT/juros) acima de 5x em uma base sustentada”.
“A manutenção de um forte perfil de liquidez e de polÃticas financeiras conservadoras também seria necessária para uma elevação”, acrescenta.
Por outro lado, para ser rebaixada, ela deverá apresentar “declÃnios na demanda ou entregas de novas aeronaves, particularmente se não forem acompanhados por fontes adicionais de liquidez, podem resultar em um rebaixamento de classificação”.
“Um rebaixamento também pode resultar de maior alavancagem devido ao crescimento financiado por dÃvida, preocupações mais amplas com liquidez, por exemplo, devido à inflexibilidade de custos, ou de expectativas claras de que a empresa não será capaz de manter métricas financeiras compatÃveis com uma classificação Baa3 com alavancagem bruta ajustada acima de 3x, cobertura de juros abaixo de 3x e fluxo de caixa retido/dÃvida lÃquida abaixo de 15% em uma base sustentada”, pontua.