A China confirmou, ainda na noite de ontem (11), que irá anunciar em breve um plano para impulsionar o seu crescimento econômico.
O anúncio foi feito em a reunião anual de planejamento econômico de alto nível, liderada pelo presidente do país, Xi Jinping, que se encerrou ontem, conforme foi noticiado pela emissora estatal CCTV.
De acordo com a reportagem, o governo deve aumentar o seu déficit e a emissão de títulos ultralongos no ano que vem, bem como afrouxar “moderadamente” a política monetária chinesa através de cortes na taxa de juros e reduções nos requisitos de reserva para bancos.
Vale destacar que o uso do termo “moderadamente frouxa” para a política monetária do país não aparecia oficialmente desde o agravamento da crise financeira global de 2008, o que sinalizou, na visão dos especialistas, um grau de urgência elevado por parte das autoridades.
A emissora afirmou, ainda, que o objetivo do programa é aumentar a renda das famílias e “impulsionar vigorosamente o consumo” do país.
O anúncio ocorre em meio às preparações do país para enfrentar uma potencial guerra comercial com os Estados Unidos com a volta do republicano Donald Trump à Casa Branca.
A expectativa é que mais detalhes sobre o pacote sejam anunciados até Março, quando são tradicionalmente divulgadas a meta de crescimento e de déficit fiscal da China para o ano.
Apesar disso, o anúncio foi bem recebido pelos especialistas.
Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management, comentou, em nota, que o anúncio é positivo, mas que, apesar da direção das políticas ser clara, o que importa é o tamanho do estímulo, algo que, na visão dele, “provavelmente descobriremos somente depois que os EUA anunciarem tarifas sobre as exportações da China”.
Ainda assim, ele já considera que esse anúncio é “claramente mais significativo do que o que ocorreu na última semana de Setembro”.
Apesar disso, Zhang projeta que o país deve manter sua taxa de crescimento em 5% para o ano que vem, prevendo que impactos negativos advindos de uma guerra comercial com os Estados Unidos devem pressionar a economia.
O economista-sênior da Economist Intelligence Unit, Xu Tianchen, gostou do que foi apresentado.
Ainda assim, ele acredita que atingir um crescimento de 5% no ano que vem “será bastante desafiador, já que o ‘choque Trump’ extra afetará as exportações e os gastos de capital”.
“No entanto, um bom nível de estímulo evitará uma queda livre, e não acredito que o crescimento cairá abaixo de 4,5%”, pondera.
Da mesma maneira, para Lynn Song, economista-chefe do ING para a Grande China, a antecipação de que o pacote virá é um bom sinal, com o anúncio sendo encorajador, principalmente por deixar claro que o seu objetivo é impulsionar vigorosamente o consumo.