O Japão divulgou, ainda ontem (19) à noite, seus dados de inflação nacional referentes a Novembro.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou alta de 0,6% no comparativo mensal, acelerando 0,2 ponto percentual quando comparado com o resultado de Outubro, de 0,4%.
No comparativo anual, o índice registrou alta de 2,9%, 0,6 ponto percentual superior ao registrado no mês anterior.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos e de energia, avançou 2,7% no comparativo anual, 0,4 ponto percentual acima de Outubro e 0,1 ponto percentual superior ao projetado pelos especialistas.
A inflação de serviços permaneceu estável em 1,5% no comparativo anual, indicando que as empresas seguem repassando o aumento dos custos trabalhistas.
Os dados foram divulgados um dia depois do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manter a taxa de juros do país inalterada em 0,25% ao ano, mas reiterar que, caso a economia e a inflação avance conforme o projetado por eles, novas elevações irão ocorrer durante o ano que vem.
Sendo assim, o relatório fortalece essa perspectiva, apesar de, na visão dos especialistas, não ter contido nenhuma surpresa.
A consultoria Capital Economics escreveu, em uma nota, que o BoJ “sabia que estava nas cartas quando decidiu não aumentar as taxas ontem”, quando optou por não alterar sua política monetária.
“Mas isso [relatório de hoje] deve aumentar a confiança do Banco de que ele pode retomar os aumentos de taxas nos próximos meses”, acrescenta.
Naoya Hasegawa, estrategista-chefe de títulos da Okasan Securities, acredita que, apesar da alta da inflação, a autoridade monetária japonesa não deve subir os juros em Janeiro, já que os preços de importação do país estão desacelerando.
Para ele, o Banco do Japão deve esperar até Março para decidir se deve ou não apertar sua política monetária, visando ter clareza sobre o crescimento salarial e as políticas econômicas de Donald Trump.
O estrategista-sênior de renda fixa da State Street Global Advisors, Masahiko Loo, afirmou à CNBC que, apesar do otimismo do BoJ com as perspectivas econômicas para o Japão, a declaração de ontem, dada por Kazuo Ueda, presidente da autoridade monetária, indica que o foco das discussões são as incertezas estrangeiras.
Com relação aos dados de hoje, ele destaca que estão “bastante alinhados” tanto com o que eles pensam quanto com o que projetam os formuladores de política monetária japoneses, o que não deve ocasionar nenhum tipo de mudança drástica na forma como o BC japonês tem conduzido as coisas até aqui.