O time de análises do BB Investimentos publicou, nesta segunda-feira (30), sua Carteira Fundamentalista para Janeiro.
Na publicação, eles destacaram a mudança significativa na condução da polÃtica monetária brasileira, com a alta de 100 pontos-base (1,00 ponto percentual) na taxa Selic em Dezembro e a projeção de mais duas altas de mesma magnitude nos próximos dois encontros do Comitê de PolÃtica Monetária (Copom) do Banco Central.
“Esse movimento desencadeou uma séria de revisões altistas do juro nominal no Brasil, com consequente impacto na curva de juros futuros”, afirma a publicação.
“A conjunção desses fatores no encerramento do trimestre deixou o mercado bastante disfuncional, com grande impacto na bolsa, que somou as quedas a um grande volume transacionado, sinal de que o Brasil tem saÃdo do radar dos investidores, uma situação que não deve ser revertida no curtÃssimo prazo, em nossa avaliação”.
Ainda que os analistas Victor Penna e Wesley Bernabé, que assinam a publicação, projetem que o mercado pode apresentar um respiro no começo do ano, “dado que os eventos mais relevantes parecem ter sido precificados”, eles se mostraram preocupados com a possibilidade do inÃcio de uma onda de revisões para baixo do lucro das empresas, “antecipando o que pode ser um ano mais fraco e com margens mais apertadas”.
“Caso essa perspectiva se estenda para o próximo biênio, o piso que geralmente notamos nas avaliações das empresas iria para um patamar abaixo, desencadeando revisões no preço-alvo do Ibovespa. Importante lembrar que ainda não vislumbramos esse quadro”, pontuam.
Admitindo que o momento segue desafiador para selecionar ações, a dupla observou “bons prognósticos para uma parcela de companhias expostas ao mercado externo, sejam exportadoras ou mesmo estabelecidas em outras regiões fora da América Latina”, destacando as empresas ligadas ao mercado de proteÃnas e industriais.
“Enquanto a concentração de negócios no mercado doméstico pode trazer mais pressão sobre margens, algumas empresas diminuem seu risco associado por meio da diversificação geográfica, ao mesmo tempo em que capturam as altas mais recentes do dólar em suas receitas”, ponderam.
Sendo assim, o time de análises da instituição optou por construir portfólios mais defensivos, continuando a privilegiar a qualidade das empresas e, ao mesmo tempo, “tentando capturar a maior exposição aos movimentos mais recentes do câmbio”.
Dessa maneira, eles fizeram apenas uma alteração em sua seleção para Janeiro, trocando as ações da Vale (VALE3) pelas da Weg (WEGE3), com a saÃda da mineradora sendo justificada por “ser uma tese mais desgastada para 2025 dadas as perspectivas para o mercado chinês menos animadoras”.
Completam a seleção os papéis da Copasa (CSMG3), Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), Gerdau (GGBR4), Isa Energia (ISAE4), Itaú (ITUB4), JBS (JBSS3), Petrobras (PETR4) e Vibra (VBBR3).
Em Dezembro, a Carteira Fundamentalista do BB registrou queda de -8,10% ante recuo de -4,28% do Ibovespa.
Empresa | Ticker | Peso |
---|---|---|
Copasa | CSMG3 | 10% |
Cury | CURY3 | 10% |
Direcional | DIRR3 | 10% |
Gerdau | GGBR4 | 10% |
Isa Energia | ISAE4 | 10% |
Itaú | ITUB4 | 10% |
JBS | JBSS3 | 10% |
Petrobras | PETR4 | 10% |
Vibra Energia | VBBR3 | 10% |
Weg | WEGE3 | 10% |
Carteira Fundamentalista de Janeiro. Fonte: BB Investimentos