O Departamento de Estatística da Zona do Euro (Eurostat, na sigla em inglês) divulgou, nesta terça-feira (7), a prévia do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) do bloco referente a Dezembro.
No comparativo mensal, a inflação da União Europeia subiu 0,4%, de -0,3% em Novembro, de acordo com os dados preliminares.
Quando comparado com um ano antes, o índice registrou alta 2,4%, 0,2 ponto percentual acima do registrado no mês anterior, porém em linha com o estimado pelos especialistas.
Seu núcleo, quando são descontados os preços dos alimentos, energia, álcool e tabaco, avançou 0,5% no mês, depois de cair -0,6% em Novembro, e manteve uma taxa de crescimento de 2,7% no ano, assim como no mês anterior, ficando em linha com o projetado.
O resultado foi puxado pela inflação alemã, divulgada ontem, enquanto os índices francês, italiano e espanhol, que mais influenciam o resultado geral da Zona do Euro, registraram desempenho abaixo do esperado.
Já a inflação de serviços do bloco, que tem sido comumente citada pelos integrantes do comitê de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), continuou a acelerar, atingindo 4% no comparativo anual, de 3,9% em Novembro.
Em outro relatório, também divulgado pela Eurostat, a taxa de desemprego permaneceu inalterada em 6,3% em Novembro, conforme esperado pelos especialistas.
Os relatórios de hoje dividiram os especialistas.
Alguns acreditam que os dados reforçam a perspectiva de que o BCE deve ter uma abordagem mais cautelosa com relação à política monetária do bloco este ano, gerando dúvidas com relação a uma redução na taxa de juros em Janeiro.
Jack Allen-Reynolds, vice-economista-chefe da Zona do Euro na Capital Economics, partilha dessa visão.
“A persistência da inflação dos serviços na zona do euro significa que o BCE provavelmente continuará cortando as taxas de juros lentamente, mesmo que as perspectivas econômicas continuem ruins”, afirmou.
“A perspectiva de crescimento é fraca, mas o fato de que, pelo menos por enquanto, a inflação de serviços parece estar estagnada em torno de 4% significa que os formuladores de políticas do BCE agirão com cautela”.
Kamil Kovar, da Moody’s Analytics, acredita que as chances de uma redução este mês diminuíram.
“É preciso se perguntar se o corte amplamente esperado de janeiro pelo BCE está em perigo, sem mencionar que um corte gigantesco está se tornando um sonho que está desaparecendo rapidamente”, comentou.
Por outro lado, alguns deles argumentam que a resiliência da inflação de serviços é ocasionada por fatores transitórios e que a manutenção da taxa de desemprego e dos índices de inflação em patamares considerados saudáveis atrelado a uma atividade econômica e crescimento dos salários mais fracos pode fazer com que o BCE corte juros este mês, mantendo seu ritmo de flexibilização gradual.
Após o último encontro do comitê de política monetária no ano passado, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, afirmou que o corte não indicava que um ritmo havia sido adotado e que eles seguiriam dependentes de dados a cada reunião.