O Instituto Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) do Reino Unido divulgou, nesta quinta-feira (16), o Produto Interno Bruto (PIB) da região referente a Novembro.
A economia britânica cresceu 0,1% no comparativo mensal, depois de encolher -0,1% em Outubro.
Quando comparada com um ano antes, o avanço foi de 1,0%, 0,1 ponto percentual abaixo do resultado registrado no mês anterior.
Os resultados vieram abaixo do que projetavam os especialistas, que estimavam alta mensal de 0,2% e anual de 1,3%.
No comparativo trimestral, o trimestre móvel que se encerra em Novembro permaneceu estável (0,00%) em comparação ao período anterior, assim como aconteceu de Agosto a Outubro, em linha com o estimado.
Com relação aos diversos setores da economia britânica, a produção industrial recuou -0,4% em Novembro, no comparativo mensal, e 1,8% no comparativo anual, enquanto o setor de serviços permaneceu estável (0,00%), depois de subir 0,1% em Outubro.
Os resultados também foram abaixo do estimado pelos especialistas.
Já o setor de construção civil registrou crescimento mensal de 0,4%, revertendo queda de -0,3% em Outubro, e anual de 0,2%, depois de cair -0,5% no mês anterior.
De forma geral, os especialistas consideraram o resultado condizente com o que se enxerga da economia do Reino Unido neste momento e, ao lado dos dados de inflação de Dezembro, que registraram desempenho abaixo do esperado, um fortalecedor da perspectiva de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deve cortar os juros britânicos em breve.
“Junto com a inflação do CPI mais fraca do que o esperado em dezembro, o comunicado de hoje revelou que a economia continuou a ter pouco ímpeto no final do ano passado, deixando-nos satisfeitos com nossa visão de que o Banco da Inglaterra cortará as taxas de juros de 4,75% para 4,50% em fevereiro”, comentou a economista do Reino Unido da Capital Economics, Ashley Webb, em uma nota.
Rob Wood, economista-chefe do Reino Unido na Pantheon Macroeconomics, ainda acrescentou outros elementos que, na sua visão, corroborariam um novo corte na próxima reunião do comitê de política monetária do BoE, afirmando que o clima econômico continua sombrio por conta do aumento dos impostos sobre o orçamento e as incertezas com relação ao mandato de Donald Trump.
Apesar disso, Wood não acredita que uma recessão possa estar próxima, afirmando que esse debate “está longe da realidade”.
A estrategista de investimentos da Quilter Investors, Lindsay James, partilha da mesma visão.
De acordo com ela, o impacto total do orçamento ainda está por vir, enquanto “a posse de Trump está se aproximando, e os verdadeiros efeitos de suas políticas começarão a ser sentidos no final do ano”.