O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) anunciou, nesta sexta-feira (24), que elevou sua taxa de juros em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), com ela passando a 0,50% ao ano.
Esse é o maior patamar para os juros japoneses em 17 anos.
A alta, porém, era amplamente esperada pelo mercado, já que integrantes da autoridade monetária vem tratando de assunto abertamente para tentar evitar um choque nos mercados.
Em outro relatório, publicado um pouco antes da divulgação, a inflação japonesa avançou 3,6% em Dezembro, no comparativo anual, 0,7 ponto percentual acima do registrado em Novembro, porém em linha com o estimado.
Seu núcleo, quando são descontados os preços de alimentos frescos e de energia, registrou alta anual de 3,0%, também conforme o esperado.
Em seu comunicado, o Banco do Japão destacou que os juros continuarão subindo, em um processo de normalização da política monetária do país.
Apesar disso, Kazuo Ueda, presidente do BoJ, afirmou, em coletiva, que não possui qualquer ideia predefinida para os próximos passos.
“Tomaremos uma decisão em cada reunião de política [monetária], analisando os desenvolvimentos econômicos e de preços, bem como os riscos envolvidos”, afirmou ele.
De forma geral, os especialistas projetam que pelo menos mais um aumento deve ocorrer neste semestre.
Para Neil Newman, chefe de estratégia da Astris Advisory Japan, “as taxas continuarão a subir à medida que os salários aumentam, a inflação permanece acima de 2% e há algum crescimento na economia”.
Stefan Angélica, economista para o Japão da Moody’s Analytics, partilha da mesma visão, prevendo um novo aumento de mesma intensidade em seis meses.
