O Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou, nesta quinta-feira (30), a primeira leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do país referente ao quarto trimestre do ano passado.
A economia norte-americana cresceu 2,3% em comparação aos três meses anteriores, desacelerando 0,8 ponto percentual e ficando 0,4 ponto percentual abaixo do esperado.
O resultado foi puxado pelo consumo, com os gastos dos consumidores avançando 4,2% no período, 0,5 ponto percentual acima do registrado no terceiro trimestre de 2024.
Esse consumo tem sido financiado pela poupança dos norte-americanos, com a taxa de poupança recuando 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, para 4,1%.
Com relação à inflação, o Índice de Preços PCE avançou 2,3% no trimestre, 0,8 ponto percentual superior ao registrado entre Julho e Setembro, enquanto seu núcleo registrou alta de 2,50%, 0,3 ponto percentual acima do trimestre anterior e em linha com o projetado.
De forma geral, os especialistas consideraram que os números reforçam a perspectiva de que a economia dos Estados Unidos segue em processo de desaceleração, apesar de manter um crescimento robusto.
Nesse sentido, o que chamou a atenção foram os números relacionados à inflação, que, na visão deles, deve manter o Federal Reserve (FED), banco central do país, mais cauteloso, ao menos até ver algum avanço adicional rumo à sua meta de 2%.
Em paralelo, o Departamento do Comércio do país também divulgou seus dados semanais do programa de seguro-desemprego.
Os pedidos iniciais pelo benefício caíram para 207 mil, bem abaixo dos 223 mil da semana passada.
O resultado surpreendeu os especialistas, que previam leve alta para 224 mil novos pedidos.
Com isso, a média das últimas quatro semanas recuou em 1 mil quando comparada com o relatório anterior, para 212,5 mil.
Os pedidos contínuos do benefício também caíram, passando de 1,9 milhão para 1,86 milhão, abaixo dos 1,89 milhão projetados.
Com relação aos dados do mercado de trabalho, os especialistas também partilham da visão de que ele segue demonstrando um cenário apertado porém em leve desaceleração.
Sendo assim, eles concordam que tudo isso justifica o tom mais duro adotado pelo FED na comunicação de ontem.
No mercado, cresceram as apostas em uma nova manutenção dos juros dos Estados Unidos no encontro de Março.
De acordo com dados compilados pela ferramenta FEDWatch, do CME Group, 82% dos investidores projetam que o FED deve pular a reunião, enquanto 18% deles projetam uma redução de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), para o intervalo entre 4,25%-4,50%.
Olhando mais à frente aumentaram as apostas em dois ou três cortes para este ano, com o mercado prevendo, majoritariamente, que a taxa de juros norte-americana deve encerrar 2025 entre 3,75%-4,00%.