O Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis, na sigla em inglês) divulgou, nesta sexta-feira (31), os dados preliminares do seu Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente a Janeiro.
A prévia da inflação alemã registrou queda mensal de -0,2%, depois de subir 0,5% em Dezembro.
No comparativo anual, ela desacelerou 0,3 ponto percentual, passando de 2,6% para 2,3%.
O resultado foi melhor que o projetado pelos especialistas, que previam avanço de 0,1% no mês e de 2,6% em um ano.
Quando descontados os preços dos alimentos e bebidas, chamada por lá de inflação básica, o índice avançou 2,9% no comparativo anual, desacelerando 0,4 ponto percentual em comparação ao registrado em Dezembro.
Da mesma maneira, a inflação de serviços desacelerou 0,2 ponto percentual, passando de 4,1% para 4%, quando comparada com um ano antes.
O índice harmonizado, para efeito de comparação com as demais economias da Zona do Euro, recuou -0,2% no comparativo mensal, depois de subir 0,7% no mês anterior, e se manteve em 2,8% no comparativo anual.
Os números harmonizados foram em linha com o estimado.
O resultado foi bem recebido pelos especialistas.
Para Sebastian Becker, economista do Deutsche Bank Research, o resultado foi influenciado pela fraca atividade econômica do país, que tem sido o principal responsável pela desaceleração da inflação.
“Isso fortalece nossa visão de que a inflação de serviços e, portanto, também a inflação básica continuarão a cair conforme o ano avança”, projeta.
O time de análises do banco holandês ING partilha da mesma visão, projetando que a inflação alemã deve se estabilizar entre 2% e 2,5% ao longo do ano.
O relatório de hoje, atrelado a essa perspectiva, deve fortalecer os argumentos dos integrantes do Banco Central Europeu (BCE) que são favoráveis a mais cortes, na visão deles.
“No geral, enquanto a zona do euro puder evitar um cenário mais estagflacionário, o BCE pode continuar cortando as taxas para um território neutro ou até abaixo, caso o crescimento da zona do euro decepcione persistentemente”, concluem.
Os olhos do mercado agora se voltam para a ata da reunião do comitê de política monetária do BCE, realizada ontem, que será divulgada na semana que vem.