O BB Investimentos publicou, na semana passada, sua carteira recomendada de ações referente a Fevereiro.
Os analistas Victor Penna e Wesley Bernabé, que assinam a publicação, chamam a atenção para dois grandes tópicos que, na visão deles, foram destaque no mês passado: o posicionamento dos investidores em torno das expectativas de resultados das empresas e a potencial rotação de ativos ao longo do ano.
Para a dupla, os múltiplos elevados das companhias norte-americanas em um mercado acirrado, principalmente com relação à inteligência artificial, com a notÃcia recente da DeepSeek, atrelado aos múltiplos deteriorados das companhias brasileiras poderia abrir espaço “para que o mercado brasileiro reverta parte das perdas a partir de um movimento global de realocação de portfólios, notadamente pela venda dos ativos mais caros (ações americanas) e compra dos mais baratos”.
Eles afirmam que isso poderia explicar uma parte dos ganhos do Ibovespa no mês passado, justificado, também, por uma maior previsibilidade da Selic terminal e por uma “visão mais branda” das relações comerciais entre Estados Unidos e China.
“Apesar destes fatores terem influenciado positivamente neste mês, inegavelmente a imprevisibilidade sobre os próximos capÃtulos destes elementos deve manter a volatilidade dos mercados acentuada”, ponderam.
A questão fiscal, que foi centro do debate em 2024, demonstrou “certo alÃvio”, com o resultado fiscal “mais favorável” apresentado pelo governo, também contribuindo para o bom desempenho do Ãndice em Janeiro.
“É cedo para afirmar que esse movimento que tenta resgatar os ativos depreciados no Brasil seja consistente, fator pelo qual nos mantemos conservadores em relação à s indicações de empresas e setores para a composição de nossas carteiras”, afirmam.
“Acreditamos que a volatilidade no mercado brasileiro tende a se acentuar e que o desempenho será assimétrico entre as companhias do Ibovespa. Os ativos mais lÃquidos tendem a responder primeiro a essa possÃvel recuperação, por também integrarem Ãndices globais de ações que são monitorados pelos investidores estrangeiros”.
Com isso, eles realizaram uma única mudança em sua carteira, quando comparada com Janeiro, retirando as ações da Gerdau (GGBR4) para, em seu lugar, adicionar as units do Santander (SANB11).
De acordo com eles, a inclusão se dá “por conta da nossa percepção de assimetria de riscos, dado o preço bastante descontado frente a um conjunto de resultados que vem se mostrando mais salutar trimestre a trimestre”.
Ainda que o setor inspire cautela, na visão deles, por conta da abertura da curva de juros e a possibilidade de um novo ciclo de inadimplência por conta da pressão inflacionária recente, eles acreditam que o banco é um nome “de certa resiliência diante deste
cenário dada a robustez do balanço atual e o renovado foco em linhas de crédito menos arrojadas implantado nas safras mais recentes”.
Foram mantidas na carteira as ações da Copasa (CSMG3), Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), Isa Energia (ISAE4), Itaú (ITUB4), JBS (JBSS3), Petrobras (PETR4), Vibra (VBBR3) e Weg (WEGE3).
Em Janeiro, a seleção do BB avançou 5,76%, enquanto o Ibovespa registrou alta de 4,86%.
Empresa | Ticker | Peso |
---|---|---|
Copasa | CSMG3 | 10% |
Cury | CURY3 | 10% |
Direcional | DIRR3 | 10% |
Isa Energia | ISAE4 | 10% |
Itaú | ITUB4 | 10% |
JBS | JBSS3 | 10% |
Petrobras | PETR4 | 10% |
Santander | SANB11 | 10% |
Vibra | VBBR3 | 10% |
Weg | WEGE3 | 10% |
Carteira Fundamentalista de Ações de Fevereiro. Fonte: BB Investimentos