Resumo do mercado de hoje
Os mercados fecharam a segunda-feira (3) em queda, pressionados pelo anúncio de tarifas de importação a produtos mexicanos, canadenses e chineses pelos Estados Unidos.
As importações vindas do Canadá, que tem início imediato, e do México, que foram adiadas por um mês, serão taxadas em 25%, com isenção de 10% para itens relacionados a energia, como petróleo bruto. Já os produtos chineses terão uma tarifa adicional de 10%.
Trump ainda reafirmou que taxará produtos europeus, mas não deu prazo para isso acontecer.
Dessa maneira, os principais índices da Ásia e da região do Pacífico fecharam o dia em queda, em sessão marcada, também, pela divulgação dos PMIs industriais da China e do Japão referentes a Janeiro, que apresentaram desempenho pior que o esperado em Janeiro, enquanto as vendas no varejo australiano recuaram menos que o previsto em Dezembro.
Além disso, a sessão contou com liquidez reduzida por causa do Ano Novo Lunar, na China.
Na Europa, além das ameaças de Trump, os mercados do continente foram pressionados pelos dados preliminares de inflação da Zona do Euro de Janeiro, que apresentaram desempenho acima do esperado.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu -0,3% no comparativo mensal, mas avançou 2,7% no comparativo anual, mantendo o ritmo de Dezembro e surpreendendo os especialistas, que previam desaceleração de 0,1 ponto percentual.
Da mesma maneira, a perspectiva de um repique na inflação norte-americana, dificultando o trabalho do Federal Reserve (FED), banco central do país, no combate à alta dos preços, pressionou os três principais índices dos Estados Unidos, que também caíram de forma sólida.
O presidente do FED de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou hoje, em evento no Rotary Club de Atlanta, que “não há clareza sobre o que as ações de Trump se somam para a economia”, com o grau de incerteza tendo aumentado significativamente, e que as empresas têm afirmado que irão repassar 100% das tarifas ao consumidor final, o que impactará nas leituras de inflação futuras.
🇺🇸 Dow Jones: 44.422,31 (-0,27%)
🇺🇸 S&P VIX: 18,47 (+12,42%)
🌍 Europa:
🌏 Ásia e Pacífico:
Treasuries e curva de juros brasileira fecham mistas
No mercado de renda fixa, os rendimentos dos títulos públicos norte-americanos fecharam mistos, com os vencimentos de curto prazo subindo enquanto os de médio e longo prazos caíram.
Por aqui, os contratos de juros futuros fecharam em queda ao longo de toda a curva, em sessão marcada por poucas mudanças nas perspectivas do mercado para a economia brasileira, conforme o Boletim Focus divulgado hoje pela manhã.
🇺🇸 Treasuries:
1 ano: 4,203% (+0,57%)
2 anos: 4,255% (+0,40%)
5 anos 4,348% (-0,37%)
10 anos: 4,532% (-0,77%)
30 anos: 4,763% (-1,02%)
🇧🇷 Contratos de Juros Futuros:
Janeiro/26: 14,865% (-0,50%)
Janeiro/27: 14,825% (-1,40%)
Janeiro/29: 14,445% (-2,23%)
Janeiro/31: 14,390% (-2,24%)
Janeiro/33: 14,350% (-2,18%)
Dólar cai novamente, em dia misto lá fora
O dólar caiu novamente perante o real, engatando sua 11ª sessão consecutiva de desvalorização.
Lá fora, a moeda norte-americana fechou o dia de forma mista, repercutindo o decreto de Trump, ainda que, com o adiamento da implementação de tarifas aos produtos mexicano, ela tenha perdido forças, fazendo com que o Índice Dólar, que mais cedo chegou a superar os 109 pontos, voltasse a operar na casa dos 108 pontos e o peso mexicano, que se desvalorizava de forma sólida perante o dólar, passasse a subir.
Commodities sobem
As commodities encerraram o dia em alta nesta segunda.
O ouro e a prata subiram, puxados pelas incertezas ocasionadas pelas medidas tarifárias anunciadas por Trump, com o ouro renovando sua máxima histórica.
Da mesma maneira, o petróleo também avançou, puxado pelo fato de que importações ligadas a energia, como é o seu caso, só serão taxadas em 10%. Ainda assim, a commodity perdeu forças ao longo da sessão, depois da Rússia anunciar que irá aumentar produção à partir de Abril.
🌎 Com. Ind.: 103,7836 (+1,46%)
🪨 Min Ferro: US$111,34 🔴
🛢️ WTI: US$73,16 (+0,87%)
🛢️ Brent: US$75,96 (+0,38%)
🥇 Ouro: US$2.857,10 (+0,77%)
🥈 Prata: US$32,535 (+0,87%)
Ibovespa cai com Wall Street
Por aqui, o Ibovespa fechou novamente em queda, perdendo os 125 mil pontos, em movimento sincronizado com Wall Street e o restante do mundo.
Já dentre os setores da bolsa de valores brasileira o dia foi misto, com o elétrico (IEEX), imobiliário (IMOB) e de materiais básicos (IMAT) avançando.
🇧🇷 Ibovespa: 125.970,46 (-0,13%)
🇧🇷 Ibovespa Futuro: 126.400 (-0,28%)
🛍️ Consumo (ICON): 2.474,79 (-0,10%)
🏗️ Imobiliário (IMOB): 849,82 (+0,74%)
💡 Elétrico (IEEX): 81.880,95 (+0,44%)
🏭 Industrial (INDX): 26.037,81 (-0,52%)
💰 Financeiro (IFNC): 13.063,07 (-0,37%)
🧱 Mat. Básicos (IMAT): 5.521,29 (+0,04%)
Petrobras cai e Vale sobe
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam o dia em queda apesar do avanço do petróleo, pressionadas pelas incertezas que as companhias exportadoras passarão a enfrentar à partir de agora.
Por outro lado, os papéis da Vale (VALE3) fecharam em leve alta, corrigindo uma pequena parcela do movimento negativo que fez na última sexta-feira.
Vale (VALE3): R$54,17 (-1,56%)
Carrefour sobe mais de 2% e Azul cai mais de 5%
Dentre as ações que compõem o Ibovespa, o destaque ficou para as do Carrefour (CRFB3), seguidas pelas da Hypera (HYPE3) e da Gerdau Metalúrgica (GOAU4), com todas elas subindo mais de 2% cada.
Na ponta contrária, os papéis da Azul (AZUL4) caíram mais de 5%, apesar da elevação de sua nota de crédito junto à S&P.
Completam o trio as ações da Braskem (BRKM5), que também recuou mais de 5%, devolvendo parte dos ganhos recentes, e da Marfrig (MRFG3), que fecharam em queda de quase 5%.