A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou, na noite de ontem (3), seu relatório de produção e vendas referente ao quarto trimestre do ano passado.
A produção total da companhia recuou 10,5% em comparação ao mesmo período de 2023, para 2,628 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). No acumulado do ano, a queda foi de 2,1%.
A companhia reportou queda trimestral de 1,8% e anual de 11,5% em sua produção de petróleo, que atingiu 2,1 milhões de barris por dia. O resultado já havia sido antecipado pelo relatório da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
No pré-sal, o recuo foi de 3,4% em comparação ao trimestre anterior e de 9,4% em comparação a um ano antes, justificada por paradas de manutenção no Campo de Búzios, que foi parcialmente compensada pelo resultado de plataformas recém adicionadas ao seu portfólio.
No pós-sal, porém, a produção teve um aumento, puxada pelo ramp-up dos FPSOs Anita Garibaldi e Anna Nery atrelado ao retorno da produção de plataformas que estavam em manutenção.
Para a XP, o preço do Petróleo Brent mais baixo junto da queda de sua produção deve impactar seus resultados nos últimos três meses de 2024.
Com isso, os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, que assinam a publicação, projetam que a companhia deve apresentar um Ebitda ajustado de US$10,5 bilhões, recuando 10% em comparação o trimestre anterior, impactando também seu lucro líquido, que deve ser de US$0,8 bilhão, “afetado pelo efeito de perdas cambiais”.
A dupla ainda estima que a petrolífera deve pagar dividendos ordinários de US$3 bilhões, rendendo cerca de 3,4% trimestralmente.
A XP tem recomendação de “Compra” para as ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$46,00, com potencial de ganho de 22,67% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$37,50.
O BTG também considerou a produção da companhia fraca.
“Apesar de uma queda significativa no quarto trimestre, em grande parte devido a paradas de manutenção em Búzios, a Petrobras conseguiu fechar 2024 com produção de petróleo em 2,15 mb/d, o que está dentro da faixa de +/-4% de sua meta de 2,2 mb/d”, afirmam os analistas Luiz Carvalho, Pedro Soares, Henrique Perez e Bruno Henriques, que assinam a publicação.
Com isso, eles projetam que o Ebitda da companhia deve cair 7% no comparativo anual, “impactado pela queda observada na
produção (desalavancagem operacional) e um declínio de 6% t/t nos preços do petróleo”, para US$10,8 bilhões, enquanto seu lucro líquido deve ser de US$2,0 bilhões.
“Acreditamos, no entanto, que o foco do investidor permanecerá nos dividendos, e antecipamos um pagamento substancial
de US$ 3,3 bilhões (3,8% DY), já que o capex deve totalizar “apenas” US$ 3,3 bilhões no quarto trimestre, culminando em US$ 14,2 bilhões para 2024 (a estimativa original de US$ 18,5 bilhões foi posteriormente revisada para US$ 13,5-14,5 bilhões”, acrescentaram.
Já com relação ao futuro, eles seguem otimistas com as perspectivas para a petrolífera.
“Olhando para 2025, prevemos menos interrupções de manutenção e comissionamento de novas plataformas, aumentando a produção para 2,52 mb/d (+4,5% a/a e um pouco abaixo da estimativa oficial da empresa de 2,3 mb/d para o ano)”, argumentam.
Sendo assim, eles reiteraram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$58,00, com potencial de ganho de 54,67%.