O Bradesco publicou, nesta sexta-feira (7), seu balanço referente ao quarto trimestre do ano passado.
A instituição reportou lucro lÃquido recorrente de R$5,4 bilhões, alta trimestral de 3% e anual de 88%, superando em 2% o resultado estimado pelos analistas, de acordo com o consenso Bloomberg.
O Retorno sobre o Patrimônio LÃquido (ROE) foi de 13,4%, alta trimestral de 0,5 ponto percentual e anual de 6,2 pontos percentuais.
Sua margem com clientes cresceu 4,7% no comparativo anual, para R$16,153 bilhões, enquanto sua margem financeira teve alta de 5,4%, para R$16,995 bilhões.
Com relação ao seu guidance, o banco projeta que a Carteira de Crédito Expandida deve crescer entre 4% e 8% em 2025, enquanto sua Margem Financeira LÃquida deve ficar entre R$37 bilhões e R$41 bilhões.
As perspectivas para a receita de serviços é de crescimento de 4% e 8%, enquanto as despesas operacionais devem registrar alta entre 5% e 9%.
Para o Goldman Sachs, o resultado foi positivo.
“No geral, os resultados operacionais foram decentes, com NII de cliente e mercado sequencialmente melhor e resultados de seguros mais fortes”, afirmam seus analistas.
“O custo do risco ficou estável e a qualidade dos ativos melhorou principalmente no portfólio de PMEs [Pequenas e Médias Empresas], onde a originação de empréstimos garantidos aumentou no 4T”.
Da mesma maneira, o time de análises do Morgan Stanley se mostraram otimistas com o desempenho apresentado, mesmo ficando levemente abaixo do projetado por ele.
“O ROE do 4T24 de 14,2%, acima dos 7,3% do 4T23, ressalta nossa visão de longa data de que uma recuperação cÃclica aumentaria significativamente o ROE em 2024”, comentram.
“Suspeitamos que o Bradesco apresentará novamente resultados acima do ponto médio da faixa de orientação, como foi o caso neste ano”.
Para a XP, o resultado foi neutro.
“O lucro lÃquido de R$ 5,4 bilhões ficou 3% acima de nossas estimativas, principalmente devido ao forte NII com o mercado, refletindo ganhos de arbitragem. O banco manteve sua trajetória de recuperação da rentabilidade, atingindo um ROE de 12,7%”, afirmam os analistas Bernardo Guttman, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam a publicação.
“A carteira de crédito voltou a acelerar, crescendo 4% T/T, permitindo ao banco atingir seu guidance para o ano. O NII com clientes manteve sua trajetória de crescimento modesto, aumentando 3% T/T (+5% A/A), indicando uma reprecificação ainda lenta, mas alinhada com spreads mais altos”.
Além disso, eles também destacam as receitas de seguros e tarifas, que “continuam a ter um bom desempenho, contribuindo para a receita total”, além da melhora nos indicadores de crédito, com o NPL acima de 90 dias caindo 0,20 ponto percentual no comparativo trimestral.
Sobre o guidance, o cenário mais desafiador deve levar a um crescimento menor e, por isso, o menor apetite por risco “parece adequado e alinhado com a prudência demonstrada ao longo do ano”.