As tarifas de 25% impostas ao aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos, anunciada pelo presidente do país, Donald Trump, durante o final de semana e assinada ontem, tem repercutido entre lideranças globais.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou ontem que o bloco não deixará a medida passar batida.
“Tarifas injustificadas sobre a UE não ficarão sem resposta. Elas desencadearão contramedidas firmes e proporcionais”, afirmou, acrescentando que elas são “ruins para os negócios, piores para os consumidores”.
Hoje, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que conversará com aliados ocidentais para que seja dada uma resposta “firme e clara” aos Estados Unidos, também alegando que a medida é totalmente “injustificada”.
“Trabalharemos com a administração americana nas próximas semanas para destacar os impactos negativos para os americanos e canadenses dessas tarifas inaceitáveis”, comentou.
“Também trabalharemos com nossos parceiros e amigos internacionais e, se for necessário, nossa resposta será clara e firme”.
Entre os especialistas, cresce o receio de que as medidas protecionistas de Donald Trump gerem uma guerra comercial em escala global em um momento que a inflação da maioria das principais economias do mundo segue acima das respectivas metas enquanto suas economias ainda demonstram dificuldades.
Na semana passada, em resposta à taxação de produtos chineses, o governo da China aplicou tarifas a produtos norte-americanos, elevando as tensões comerciais entre ambos os países. Uma conversa entre Donald Trump e Xi Jinping, presidente da China, para tratar do assunto era esperada, mas não aconteceu.
Hoje, em comissão no Senado norte-americano, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, destacou não ter pressa para cortar os juros do país.
Para os especialistas, essa posição mais cautelosa também tem ligação com as medidas impostas por Trump e para os possíveis impactos que elas podem gerar na inflação norte-americana.
A expectativa para novos movimentos de flexibilização monetária na maior economia do mundo foi adiada de Junho para Julho após a fala de Powell, com a parcela dos investidores que prevê apenas um corte este ano aumentando.