Resumo do mercado de hoje
Os mercados fecharam a terça-feira de forma mista, repercutindo a efetivação das tarifas ao aço e alumínio anunciadas por Trump no final de semana.
Autoridades globais foram duras ao se posicionarem contra as taxas e entre os especialistas elevou-se o receio de uma guerra comercial global.
Em paralelo a isso, o presidente do FED, Jerome Powell, reiterou que a autoridade monetária norte-americana não terá pressa em cortar os juros.
A fala, feita durante reunião do Comitê de Economia do Senado dos Estados Unidos, foi vista pelos especialistas como uma posição cautelosa, esperando mais sinais de qual será a política econômica de Trump.
Com isso, pela manhã, os principais mercados da Ásia e da região do Pacífico fecharam mistos, com os índices chineses e o Hang Seng, de Hong Kong, realizando parte dos lucros recentes.
Na Europa, o dia foi positivo apesar das taxas impostas por Trump, com os investidores repercutindo a temporada de balanços das principais companhias do continente. Destaque para o alemão DAX, que fechou pela primeira vez acima dos 22 mil pontos.
Já em Wall Street, o dia não teve viés, com o Nasdaq recuando enquanto o S&P 500 e o Dow Jones subiram.
🇺🇸 Dow Jones: 44.593,65 (+0,28%)
🇺🇸 S&P VIX: 15,96 (+0,95%)
🌍 Europa:
🌏 Ásia e Pacífico:
Treasuries sobem e curva de juros brasileira cai novamente
Os rendimentos dos títulos públicos norte-americanos repercutiram a fala de Powell e o possível impacto na inflação do país que as tarifas anunciadas por Trump terão, encerrando o dia em alta ao longo de toda a curva.
Por aqui, os contratos de juros futuros fizeram movimento contrário, recuando ao longo de toda a curva, após o alívio do IPCA de Janeiro, que registrou desempenho acumulado levemente abaixo do esperado.
🇺🇸 Treasuries:
1 ano: 4,251% (+0,31%)
2 anos: 4,290% (+0,52%)
5 anos 4,370% (+0,85%)
10 anos: 4,539% (+0,98%)
30 anos: 4,750% (+0,83%)
🇧🇷 Contratos de Juros Futuros:
Janeiro/26: 14,940% (-0,23%)
Janeiro/27: 15,060% (-0,66%)
Janeiro/29: 14,825% (-0,40%)
Janeiro/31: 14,800% (+0,27%)
Janeiro/33: 14,760% (-0,07%)
Dólar cai novamente, em dia misto lá fora
No mercado de câmbio, o dólar recuou novamente perante o real, apesar das tarifas de Trump, acompanhando o alívio da curva de juros.
Lá fora, a moeda norte-americana teve dia misto, recuando diante do euro e da libra, o que pressionou o Índice Dólar, fazendo-o voltar a perder os 108 pontos.
Commodities fecham mistas
Dentre as commodities, o dia foi misto.
O ouro e a prata recuaram, pressionados pelo avanço nos rendimentos das treasuries.
Pela manhã, o minério de ferro também caiu, impactado pelo mal humor no mercado chinês, gerado pela confirmação das tarifas anunciadas por Trump.
Já o petróleo fechou o dia em alta, com os investidores de olho na troca de acusações entre Israel e o Hamas.
No final da tarde de hoje, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que uma eventual não liberação dos refens no final de semana, como estava programada, levaria a um rompimento do acordo.
🌎 Com. Ind.: 105,6596 (+0,09%)
🪨 Min Ferro: US$111,12 (-1,10%)
🛢️ WTI: US$73,32 (+1,38%)
🛢️ Brent: US$77,00 (+1,49%)
🥇 Ouro: US$2.932,60 (-0,06%)
🥈 Prata: US$32,270 (-0,68%)
Ibovespa sobe novamente
Por aqui, o Ibovespa encerrou o dia novamente em alta, recuperando os 126 mil pontos.
Enquanto os setores voltados à economia interna aproveitaram o alívio da curva de juros brasileira para subir, os setores de materiais básicos (IMAT) e e Industrial (INDX), repercutiram as tarifas de Trump, recuando.
🇧🇷 Ibovespa: 126.521,66 (+0,76%)
🇧🇷 Ibovespa Futuro: 126.535 (+0,70%)
🛍️ Consumo (ICON): 2.474,56 (+1,30%)
🏗️ Imobiliário (IMOB): 865,74 (+1,28%)
💡 Elétrico (IEEX): 82.794,54 (+1,90%)
🏭 Industrial (INDX): 25.724,44 (-0,48%)
💰 Financeiro (IFNC): 13.259,30 (+1,04%)
🧱 Mat. Básicos (IMAT): 5.462,55 (-0,20%)
Petrobras fecha mista e Vale cai
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam o dia de forma mista, com os papéis preferenciais estáveis enquanto os ordinários subiram.
Já as ações da Vale (VALE3) acompanharam os preços do minério de ferro lá fora e recuaram, pressionadas, também, pelas tarifas impostas por Trump ontem.
Vale (VALE3): R$55,16 (-0,43%)
Carrefour dispara 10% e Automob cai mais de 3%
Dentre as ações que compõem o Ibovespa, o destaque ficou para as do Carrefour (CRFB3), que subiram 10% depois que o seu controlador propôs que a unidade brasileira volte a ser uma subsidiária integral do grupo, fechando seu capital.
Pela proposta, cada papel seria substituído por uma ação resgatável Classe A, Classe B ou Classe C da nova empresa, chamada de MergerSub, a depender da escolha de cada acionista.
A Classe A seria substituída por um pagamento de R$7,70, enquanto Classe B seria trocada por 0,045 ação do Carrefour negociada na Bolsa de Paris ou 0,045 BDR da companhia, em programa a ser implementado pela empresa francesa na B3, além do pagamento de R$3,85, enquanto a Classe C seria trocada por 0,09 ação do Carrefour negociada na Bolsa de Paris ou 0,09 recibo de ação negociado na B3, sem recebimento de parcela em dinheiro.
Completam o trio os papéis da Hapvida (HAPV3), que avançaram mais de 7%, e da Tim (TIMS3), que subiram quase 7%, puxadas pelo resultado da companhia no quarto trimestre do ano passado.
Na ponta contrária, a Automob (AMOB3) recuou mais de 3%, seguida pela Azul (AZUL4), que caiu 3%, e pena CSN (CSNA3), que registrou queda de mais de 2%.