O Departamento do Comércio dos Estados Unidos publicou, nesta sexta-feira (14), o seu relatório mensal de varejo referente a Janeiro.
As vendas do setor recuaram -0,9% no comparativo mensal, depois de subir 0,7% (revisada para cima, de 0,4%) em Dezembro. O resultado foi pior do que o estimado pelos especialistas, que previam queda de -0,2%.
Em um ano, elas avançaram 4,20%, 0,16 ponto percentual em comparação ao mesmo mês do ano passado.
Um pouco mais tarde, foram divulgados os dados da indústria norte-americana referentes ao mesmo mês.
A produção mensal do setor recuou -0,1%, ante crescimento de 0,5% registrado em Dezembro. O resultado surpreendeu os especialistas, que previam alta de 0,1%.
Para Robert Frick, economista corporativo da Navy Federal Credit Union, apesar de surpreendente, não há motivo para se preocupar.
“Parte disso pode ser atribuído ao mau tempo, e parte à queda nas vendas de automóveis em janeiro após um aumento incomum em dezembro devido a incentivos gordos de revendedores”, afirma.
“Especialmente considerando que dezembro foi revisado fortemente para cima, a média móvel de gastos do consumidor permanece sólida”.
O economista-chefe da RSM, Joe Bruxelas, partilha da mesma visão, atribuindo a queda à “ressaca dos feriados” de final de ano.
Já Thomas Simons, da Jefferies, acredita que, mesmo sabendo que o resultado pode ter sido pontual, é um fator a se atentar.
“Se os dados de fevereiro e março forem tão fracos, então podemos ver uma impressão negativa do PIB para o trimestre”, comenta, acrescentando que esse não é o cenário-base da instituição, “mas algo abaixo de 2% parece muito realista”.
No mercado, as apostas em mais um corte neste ano seguem majoritárias, com os investidores prevendo que isso deve acontecer em Julho novamente, depois de adiar para Outubro com os dados de inflação, divulgados na quarta-feira.
Além disso, conforme os dados compilados pela ferramenta FEDWatch, do CME Group, a perspectiva de manutenção dos juros até o final do ano perderam forças.